quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Alcobaça - Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça

Neste primeiro Roteiro de Estudo, propõe-se apenas a visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, deixando-se os restantes monumentos da cidade para outra visita, integrada num dos outros Roteiros de Estudo a realizar.

Sendo uma das primeiras fundações monásticas cistercienses em território português, o Mosteiro de Alcobaça tornou-se a principal casa desta Ordem religiosa, graças a uma continuada política de protecção régia, iniciada pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.

As dependências medievais bastante bem conservadas, fazem do Mosteiro de Alcobaça um conjunto único no mundo, a que acrescem as edificações posteriores, dos séculos XVI a XVIII, como importante testemunho da evolução da arquitectura portuguesa.

A Abadia fundada em 1153, por doação de D. Afonso Henriques a Bernardo de Claraval, só começou a ser construída em 1178.
 
Do conjunto monástico fazem parte a Igreja com planta em cruz latina, e três claustros seguidos, de dois andares. Recentemente foi descoberta a existência de um quarto claustro que terá sido destruído aquando o grande terramoto de 1755.

A Igreja, iniciada como era prática corrente pela cabeceira, com três naves à mesma altura, o transepto de duas naves e o deambulatório, formam um conjunto que impressiona pela simplicidade, grandeza e austeridade.
 
É a maior e a primeira grande obra do gótico primitivo português, depois substancialmente alargada e enriquecida com as sucessivas doações reais. Em 1308, D. Dinis faz construir o Claustro do Silêncio, acrescentado de um piso já no reinado de D. Manuel, que mandou também construir a chamada Sacristia Manuelina, obras encomendadas ao arquitecto João de Castilho.
 
A partir do Abade Comendatário Cardeal D. Henrique, começaram as grandes alterações espaciais no Mosteiro, com a construção do Palácio Abacial no extremo Norte da Ala Norte e do Claustro do Cardeal, seguindo-se, no séc. XVII, a Hospedaria, a primitiva Sala dos Reis, com estátuas de todos os reis portugueses até D. José, e o Noviciado.
De grande destaque é o Deambulatório, a Sala do Capítulo, a Sacristia, a Capela das Relíquias, o Parlatório, o Dormitório, a Sala dos Monges. Notável também é o Relicário e o Altar da Morte de S. Bernardo dos finais do séc. XVII, em terracota, assim como a grande Cozinha do séc. XVIII, (Cozinha Velha e Nova), o Refeitório e o Lavatório.
 
A Sala dos Túmulos, em neo-gótico, guarda os túmulos de várias rainhas e príncipes, entre os quais os túmulos de D. Afonso II (1185-1123) e D. Afonso III (1210-1279) . No transepto da Igreja de Santa Maria, encontram-se duas das mais belas obras da arquitectura tumular do séc. XIV, os famosos túmulos de D Pedro e D. Inês de Castro, daquela que é considerada uma das mais trágicas histórias de amor de Portugal.
 

O príncipe D. Pedro (1320-1367), casado com D. Constança Manuel, perde-se de amores por uma das aias de sua mulher, a castelhana Inês de Castro. Após a morte de D. Constança, o rei assume publicamente o seu amor por D. Inês de Castro, passando a viver maritalmente com esta, nascendo desta relação três filhos. A relação foi condenada pelo pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV, condenando à morte, em 1335, D. Inês, por alegada traição ao reino.

Após subir ao trono D. Pedro I levou a cabo a missão de vingança, condenando com violência todos os culpados e envolvidos na morte da sua amada, declarando D. Inês como rainha de Portugal, sendo coroada depois de morta. 

D. Pedro ordenou a construção do seu túmulo e da sua amada, transladando os restos mortais de D. Inês para o Mosteiro de Alcobaça, constituindo hoje uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média no País.

O Rei determinou no seu testamento que, aquando a sua morte, os túmulos deveriam ser colocados de modo a que no dia do juízo final, quando os dois apaixonados ressuscitassem, se olhassem olhos nos olhos.

Hoje em dia estes túmulos são visitados por muitos apaixonados, muitos no próprio dia do casamento, dizendo-se que quem jura fidelidade a este amor, vê a eternidade do seu próprio.

Fonte: http://www.guiadacidade.pt/ / alcobaca.no.sapo.pt

Alcobaça - sua História

A origem de Alcobaça como vila remonta provavelmente a época dos romanos como se poderá depreender do nome da antiga povoação “Helcobatie”.

Al-cobaxa, como foi mais tarde chamada, denota indubitavelmente a presença posterior dos árabes, ama vez que resulta da composição do artigo “al” e “cobaxa“ (carneiros) e caracteriza claramente a paisagens ao redor da vila, constituída por muitos outeiros.

Embora seja controverso, parece mais plausível a nome de Alcobaça ter origem a denominação dos rios Alcoa e Baça e não o contrário, uma vezes que explicada cada e, embora por diferentes formas, a origem da palavra Alcobaça e só o assim a origern do nome daqueles dois rios.

Parece contudo, que a local da actual Alcobaça não corresponde a “Helcobatie” romana: "Podemos quando muito dizer que cerca da vila de Alcobaça de hoje, existia uma povoação antiga, que teria sido fundada pelos romanos e por estes chamada Alcobatie". O local da antiga Alcobatie ficava a uns quatro quilómetros da actual Alcobaça e próximo do que hoje e a povoação de Valado dos Frades.

"Os monges, sabedores da geografia e da historia antiga, ao fundarem o seu Mosteiro, logo nos primeiros anos da sua  história, teria aparecido  a designação de Monasterium Alcobatie para a sua casa e este mesmo nome teria sido dado à vila nascida  à  volta do Mosteiro".

Como já foi dito, os monges tiveram papel de relevo no povoamento da vila e na gestão agrária do vasto território dos Coutos. Já na última metade do século XIII, haviam desbravado e agricultado a maior parte das terras até uma légua de distância do Mosteiro. Para além das terras arrendadas e cedidas aos colonos directamente pelo Mosteiro, e sobre as quais poucas referências existem.

Em Alcobaça podemos destacar, por terem ligação directa com a Ordem de Cister, sendo granjas pertencentes aos Coutos, a Quinta dos Cidreiros, a Quinta da Gafa (um dos antigos relegos da Abadia), a do Cidral e a vastíssima Cerca do Mosteiro, que ocupava parte da actual Quinta da Cova da Onça, Quinta do Lameirão, a da Conceição e a do Telheiro.

Ainda no primeiro quartel do século XIX, a região já se destinguia pelo esmerado cultivo. Tal deve-se essencialmente à grande fertilidade do solo e à abundância de água.

A então pequena vila de Alcobaça, recebeu foral de D. Manuel I em 1514. As outras 12 vilas dos Coutos de Alcobaça, receberam forais na mesma época.


Em 1567, o Mosteiro de Alcobaça separou-se de Cister, a casa-mãe em França, para se tornar cabeça da Congregação Portuguesa, por bula do Papa Pio V.

Em meados do século XVII, a maioria das terras dos Coutos de Alcobaça pertencia já aos habitantes das vilas e dos seus concelhos.

A data do abandono do mosteiro pelos monges, a 13 de Outubro de 1833, a vila não era mais de que um pequeno aglomerado de casas, com reduzido numero de habitantes, no local fronteiro ao Mosteiro e dele separado por um terreno.


O mosteiro esteve a saque durante 11 dias em 1833, após o abandono forçado dos monges, em virtude da vitória liberal na guerra civil. Com a extinção das ordens religiosas decretada em 1834, parte das terras do Mosteiro de Alcobaça foram vendidas em hasta pública.

Saídos os monges de Alcobaça, foi o seu espólio partilhado pelas famílias burguesas liberais mais influentes, ao redor e dentro da vila. As quintas em redor da Vila e a cerca do Mosteiro passam então para as suas mãos tendo esta sido destruída no decorrer dessa apropriação. Hoje quase não existe vestígios visíveis, embora se possa inferir o seu traçado pelos limites de propriedade e também através de construções mas recentes, feitas sobre alicerces anteriores.

O terreiro do Rossio e também apropriado à medida que o Mosteiro é reintegrado na vida urbana, ao ser usado como Teatro, Câmara Municipal, Tribunal... De lugar de distanciamento e separação, o Rossio converte-se em local de encontro e de ligação, pois passa a ser a sala de visitas da vila. Neste período, era o Rossio o domínio do peão, lugar de convívio e reunião dos alcobacences nas noites quentes de verão, especialmente quando a música tocava.


A vila como estrutura ou forma de existência social, surge com a extinção do Mosteiro como instituição. A sua expansão inicia-se no final do século XIX e até 1957 a um ritmo lento mas regular, segundo as linhas de desenvolvimento intimamente ligadas aos principais acessos da vila e às margens dos rios Alcoa e Baça.

Até à década de quarenta o desenvolvimento urbano da vila fez-se lentamente e liminarmente segundo as quatro vias para os núcleos exteriores, Caldas, Lisboa, Nazaré, Batalha, Leiria e Rio Maior / Santarém. Para tal, contribuiu também a topografia natural das terras da vila, como os desníveis existentes ao redor do vale e os rios Alcoa e Baça que puxaram o casario irradiado do Mosteiro.

Na vila podemos ainda encontrar moradias “Chalets”, com sabor romântico dos fins do século XVIII e XIX, designados por “casas dos brasileiros”, mas podemos também presenciar construções modernas, seguindo as directrizes do racionalismo (originado na famosa escola de Bauhaus) que reduzem o edifício urbano a uma armação de aço e betão.


Mais tarde, Alcobaça gerada em "ventre" cisterciense e criada em berço chamado "Rossio", é finalmente elevada a cidade em 1995.

Trabalho elaborado por: Carolina Ramalho, nº 9, 7º F

Fonte: http://www.turquel.com/lugares/alcobaca.html / Wikipédia

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Chiqueda - Monumentos e locais a visitar

Capela de Nossa Senhora do Carmo


Em Chiqueda, junto ao rio Alcoa, onde antigamente as mulheres lavavam a roupa, existe uma antiga e linda ermida da invocação a S. Brás, com imagem de vulto.

Esta capela tem igualmente a imagem de Nossa Senhora do Carmo, cuja festa solene se celebra anualmente na quinta-feira de Ascenção.

Assim na aldeia de Chiqueda, é realizada uma festa anual, na quinta-feira da Ascensão ou quinta-feira de Espiga, que acontece sempre 40 dias depois da Páscoa. Esta festa é denominada de Festa da Espiga, cujos lucros revertem para as obras da capela da região, assim como para melhoramentos do recinto da festa.

Desde há muitos anos existe a tradição nos arredores da Alcobaça, de na quinta-feira de Ascensão se ir até Chiqueda à apanha da espiga. Associada a esta comemoração realiza-se também uma festa junto à Capela de S. Brás, em honra de Nossa Senhora do Carmo.


Antigamente a apanha da espiga, era feita a caminho de Chiqueda e fazia-se um ramo de papoilas, espigas de trigo, oliveira e um malmequer.

Juntavam-se vários grupos que iam a pé levando um farnel para comerem quando chegassem. Chiqueda era assim o local do grande encontro, havendo ranchos, sardinhada, baile, etc.

O ramo era guardado e uma vez chegados a casa punha-se a secar atrás da porta, sendo renovado todos os anos para que não faltasse pão (espigas de trigo), azeite (oliveira), alegria (papoilas), e sorte (malmequer).

Hoje, ainda se cumpre esta tradição, embora a apanha da espiga tanha caído um pouco em desuso e seja feita nos campos ali à volta, ou num passeio ao Poço Suão (ou Poço Ão). A festa tem parte religiosa celebrando-se uma missa, havendo arraial com quermesse, serviço de restaurante e bailes muito concorridos.


Poço Suão ou Poço Ão


À saída de Chiqueda em direcção aos Moleanos depois de passarmos pelo rio Alcoa à esquerda, existe uma estrada que tem a indicação de Poço Suão, se seguirmos por essa estrada até acabar, iremos encontrar a nascente do rio Alcoa, num vale denominado, vale da Ribeira do Mogo.

Se continuarmos a andar a pé por um caminho que serpenteia pelo vale, encontramos a cerca de 300 metros mais à frente o Poço Suão. Trata-se de uma gruta onde podemos observar o braço de água subterrâneo que alimenta a nascente do rio Alcoa.

Trabalho elaborado por: Fabiana Crisóstomo Costa, nº 14, Grupo 2.

Fonte: www.jf-aljubarrota.pt

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Chiqueda - sua História


A ocupação humana do vale, conduz-nos à pré-história. Foi nesta área que Manuel Vieira Natividade, em finais do século XIX, realizou várias campanhas arqueológicas, nomeadamente nas três grutas das Calatras, levantando um espólio lítico e cerâmico significativo do período neolítico que se encontra até hoje à espera de conhecer a luz do dia, em local apropriado..

Antiga granja do Mosteiro de Alcobaça e famosa pelos seus laranjais, a povoação situada perto da cidade de Alcobaça, está ligada à lenda da fundação do Mosteiro de Alcobaça e ao voto feito por D. Afonso Henriques no alto da Serra de Albardos.

Conta a lenda de que o 1º Rei de Portugal, foi ao cimo da Serra dos Candeeiros e lançou a sua espada para decidir onde mandaria construir o Mosteiro, agora situado em Alcobaça. Nesta localidade caiu a espada do rei, passando a ser chamada de Quiqueda (Aqui+Queda). Assim sendo, o nome veio da queda da espada e depois foi evoluindo de Quiqueda para Chiqueda.

Porém, e ainda segundo a lenda, os anjos da noite tiraram as marcações e levaram-nas para Alcobaça...e o Mosteiro foi construido no lindo vale banhado pelos rios Alcoa e Baça.
 
Chiqueda situa-se a pouco mais de 3 km da vila histórica de Aljubarrota. A aldeia encontra-se entre as aldeias de Carrascal, Évora de Alcobaça, Carvalhal, Lameira e também da aldeia de Ponte Jardim. Esta aldeia pertence a 4 freguesias, sendo elas: Prazeres de Aljubarrota, São Vicente de Aljubarrota, Moleanos e Évora de Alcobaça.
A localidade está profundamente ligada ao rio Alcoa que nasce junto desta povoação, mais propriamente no Vale da Ribeira do Mogo.

Junto à nascente do Alcoa e em plena Granja de Chiqueda (baptizada significativamente de Jardim), os “monges agrónomos” edificaram um complexo industrial com moinho de rodízio de quatro pedras e um lagar de azeite com seis varas, três caldeiras e engenho hidráulico.

Um pouco a montante, nas imediações do Poço Suão, foi levantado, na década de trinta do século XVIII, um grande forno de cal que custou ao Mosteiro mais de 80.000 réis, cuja cal parda era utilizada como argamassa para dar solidez às edificações monásticas. Realce-se ainda o reservatório conhecido por mãe-de-água que por um prodígio de engenharia hidráulica abastecia de água potável o Mosteiro.

Trabalho elaborado por: Fabiana Crisóstomo Costa, nº 14, Grupo 2.

Fonte: www.jf-aljubarrota.pt / Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque; “Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; Alcobaça, 1994.

Capuchos - Monumentos a visitar

Convento de Santa Maria Madalena 


Convento dos Capuchos ou de Santa Maria Madalena que já esteve em ruínas, encontra-se hoje totalmente recuperado. Fica no lugar do Bárrio da Figueira e nele pode salientar-se a existência de um tanque perto da Igreja, resto de um gracioso jardim que aí terá existido.

Por trás do Parque de Merendas, fica o antigo Convento que deu nome ao lugar e que foi fundado pelo cardeal D. Henrique em 1566. Perto do convento havia instalações agrícolas que provavelmente datam do séc. XIII e estavam ligadas a uma quinta que o Mosteiro explorou nessa época.


O Convento dos Capuchos deixou de ser frequentado, provavelmente aquando das revoluções liberais. Depois da saída dos frades, o convento foi-se degradando e perdendo muito do seu recheio valioso.

O seu espólio foi em parte levado pelos frades. Depois os populares também o assaltaram e com o próprio tempo e o abandono, veio a degradação do convento. Esteve durante muito tempo em ruínas, mas hoje o que restou dele encontra-se recuperado.


Capela da Senhora dos Aflitos

 
De Arquitectura Franciscana, que se caracteriza logo à entrada com galilé interior, à maneira capucha, antecedida por três arcos e um grande janelão de coro na fachada e tímpano curvo no qual se abre um nicho, em cujo interior tem uma imagem de Jesus morto na cruz, razão pela qual o povo baptizou esta capela de Igreja do Senhor dos Aflitos.

 
Das construções religiosas, só resta esta Capela, que tem sobre a porta um brasão bipartido com estrelas em aspa e um leão rompante. Por timbre tem um leão virado á esquerda. Conservava restos de azulejos da fábrica do juncal, que infelizmente com o passar dos tempos desapareceram. Actualmente só resta na capela, o átrio forrado de azulejos.
 
No pavimento está a placa sombria de João Leitão, cavaleiro digno da Casa de Sua Majestade e de sua mulher Maria de Macedo, morgados de Chiqueda e que foram em tempos proprietários do lugar. O brasão, talvez se refira á família Macedo, possuindo 5 estrelas de oiro em campo azul.



Arco da Memória



No cimo da Serra dos Candeeiros existe um arco de volta perfeita que foi construído pelos frades de Alcobaça para, assinalar as divisões administrativas dos seus coutos. Segundo alguns autores, o arco data do século XVI e serviu como artimanha para os frades de Alcobaça aumentarem os limites das suas terras.

Esse arco veio a ficar conhecido por Arco da Memória e está localizado no limite dos Concelhos de Alcobaça e Porto de Mós, mais precisamente, numa sub-área da freguesia do Arrimal chamada Memória. Quem pretender visitar o Arco deve fazê-lo a partir do Arrimal, visto o caminho se encontrar em melhor estado.

O Arco tem 4 metros de altura, 3,62 metros de largura e tem 103 cm de espessura e está situado num pequeno largo de terra batida rodeado de mato e arvoredo. O fascínio deste arco advém, não só pelo facto de ter sido um marco territorial dos Coutos de Alcobaça, mas também por estar associado a um imaginário que o liga com as conquistas de D. Afonso Henriques.


Sem que se possa precisar o ano da sua construção, esta não deverá ultrapassar os fins do século XVI ou os princípios do século XVII. Foi mandado restaurar por D. Miguel, como consta de uma inscrição, que diz: “O muito alto e poderoso rei D. Miguel me mandou restaurar…”.
 
Comemora o local do voto de D. Afonso Henriques e relaciona-se com a lenda da fundação do Mosteiro de Alcobaça, que está contada nos painéis de azulejo da Sala dos Reis da Abadia de Alcobaça.

Segundo esta lenda, D. Afonso Henriques, quando ia a caminho da conquista de Santarém, em 1147, jurou, do alto da Serra de Albardos (Serra dos Candeeiros), que caso conseguisse expulsar os mouros das muralhas do Castelo de Santarém, que doaria a Bernardo de Claraval, todos aos terrenos avistados na direcção do mar. Essas áreas foram, portanto, os dotes concedidos por Afonso Henriques a Bernardo de Claraval, abade pertencente à Ordem de Cister e vieram a tornar-se nos Coutos de Alcobaça. O lugar onde o rei fez esse juramento, é onde hoje, se encontra o Arco da Memória.

Trabalho elaborado por: Sara Cristina Nazaré Serrazina, nº 23, Grupo 2.

Fonte: Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque; “Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; Alcobaça, 1994 / http://oslugaresdoescritor.blogs.sapo.pt/3017.html

Capuchos - sua História


Saindo de Alcobaça em direcção ao interior serrano, ou partindo de Évora de Alcobaça, na direcção de Alcobaça, pela E.N. nº 8-6, encontramos o lugar dos Capuchos, assim chamado por aí ter existido um convento de frades capuchos.

O lugar dos Capuchos, pertence à freguesia de Évora de Alcobaça, ficando a cerca de 3Km desta localidade, onde existe um antigo convento fundado pelo Cardeal D. Henrique em 1566.

Este pequeno convento pertenceu aos frades capuchos que constituem um ramo da Ordem dos Franciscanos. Estes frades tiveram em vista restaurar a Ordem dos Franciscanos, com todo o seu primitivo rigor. Eram pobres e mendicantes.


O convento tinha uma particular ligação ao Mosteiro de Alcobaça e este fornecia-lhe o azeite e a cera para manter a igreja.

Existe também junto á Capela da Senhora dos Aflitos um tanque, resto de um bonito jardim pertencente ao convento. Ainda existiam instalações agrícolas nas proximidades, que provavelmente datam do século XIII e, que segundo se julga, tinham ligações com uma Quinta que o mosteiro explorava naquele local.

Fonte: Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque; “Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; Alcobaça, 1994

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Évora de Alcobaça - Monumentos a visitar

Igrela Paroquial de S. Tiago o Velho


Templo gótico, reformado no séc. XVI, é dedicado a Sant’Iago Velho. Na fachada principal, com empena de bico, rasga-se um portal manuelino de arco abatido com decoração vegetalista, esfera armilar, cruz de Cristo e armas reais.

Na fachada sul abre-se uma porta manuelina de verga quebrada, coroada pela cruz de Cristo. Ainda na fachada sul há um interessante baixo-relevo transbordante de simbolismo, provavelmente do séc. XV, representando um cavaleiro de S. Tiago, um sol radiado, uma estrela e uma meia-lua.


No seu interior, a Igreja Matriz de Évora apresenta uma nave coberta por madeira com capela-mor em abóbada de berço, coberto a estuque. Duas capelas laterais recriam um espaço de transepto. A pia baptismal de base octogonal é uma peça de escultura manuelina decorada com encordoados e boleados e de onde sobressai uma cinta com enormes rosetas.


Capela da Mesericórdia


A Capela da Misericórdia ou do Senhor dos Passos, é uma capela manuelina, de pequenas dimensões, com planta longitudinal e uma só nave, com portal axial. Apresenta dois portais, um na fachada principal e outro do lado sul, sendo o primeiro manuelino.


A provável época de construção do templo, é o séc. XVI, mas mais tarde recebeu alguns elementos em estilo renascentista, no séc. XIX, com a feitura do retábulo-mor. A sua imagem do Senhor dos Passos, foi provavelmente trazida do Brasil.


Tem como características particulares, uma acentuada discrepância entre os volumes exteriores, com o corpo da capela-mor bem acentuado e interior com o altar-mor rasgado na espessura do arco triunfal. O portal, juntamente com o da Matriz de Vestiaria, é considerado como o que de melhor foi feito em portais exteriores na região dos Coutos a partir do Séc. XVI.

Fonte: Lurdes Perdigão, in http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B1.aspx 


Cruzeiro I



O Cruzeiro de Évora de Alcobaça, tem um enquadramento urbano, situa-se no adro da Igreja. E de arquitectura religiosa com a utilização inicial devocional.

A base assenta sobre plataforma quadrangular com inscrições latinas de 4 faces. Coluna monolítica de fuste octogonal, com motivos vegetalistas na zona inferior; capitel em pirâmide quadrangular truncada, sobrepujado por cruz latina.


Cruzeiro II


Num enquadramento rural, localiza-se junto a uma estrada secundária com casario nas proximidades. Arquitectura religiosa, teve como utilização inicial o culto. É um cruzeiro de caminho.

Tem soco quadrangular, escalonado em dois degraus sobre enrocamento, base cúbica; coluna de fuste octogonal, possuindo na zona inferior dois anéis circulares; cruz latina espinhosa.

Trabalho elaborado por: Adriana Filipa Coelho Ferreira, nº 1.

Fonte: Monumentos de Évora de Alcobaça.mht

Fotos: Dias dos Reis

Évora de Alcobaça - sua História


Antiquíssima vila dos Coutos de Alcobaça, tem o seu passado de Évora de Alcobaça estará sempre ligado à Ordem de Cister, cujos abades fundaram o Mosteiro de Alcobaça, exercendo a partir daí jurisdição sob uma vasta área em seu redor.

Esta freguesia era uma das muitas que faziam parte dos Coutos de Alcobaça, pelo que, durante muito tempo, foi conhecida como Évora Couto. Foi vila e sede de concelho entre 1332 e o início do século XIX. Évora recebeu foral de Abade D. Martinho em 1332, renovado por D. Manuel I em 1 de Outubro de 1514.

Embora seja uma freguesia de que historicamente menos se conhece, Évora de Alcobaça, possui no entanto várias versões em relação à sua origem.

Uma dessas versões diz-nos que a origem de Évora de Alcobaça advém dos “Eburon”, povo que viveu na Península Ibérica, ou nos povos árabes, que no séc. VIII demandaram terras lusitanas. Outra versão, diz que a palavra Évora, é corrupção de “evra” (erva), que o Cardeal D. Henrique mandava buscar à povoação para os seus cavalos. Uma terceira versão, conta-nos que a povoação já existia, sob o domínio romano com o nome de Eburóbriga. Esta talvez seja a versão, que mais se aproxima da verdade.

Mais tarde os Frades da Ordem de Cister viriam a desenvolver extraordinariamente, toda a área de que eram donatários. Assim, a freguesia teve, nesta altura, uma Misericórdia, uma Companhia de Ordenanças com um capitão e as respectivas autoridades de justiça. O Pelourinho que aí existia e que simbolizava essa mesma justiça foi retirado em 1875 por vontade da população e encontra-se hoje no Museu do Carmo, em Lisboa.

Trabalho elaborado por: Adriana Filipa Coelho Ferreira, nº 1.
 
Fonte: Wikipédia

Casal de Vale de Ventos - História e Monumentos


Os monges cistercienses, que o Engº Joaquim Vieira Natividade inteligentemente baptizou de monges agrónomos, administraram com sapiência os territórios que lhes foram confiados. Para além das terras que entregavam aos povoadores a troco de um foro, criaram inúmeras granjas (a área de reserva da Abadia) que com as suas próprias mãos cuidaram e amanharam.

Cada granja era um microcosmo cultural, com a sua vinha, os pomares de espinho, caroço e pevide, o olival, as terras de pão e um conjunto de meios de produção/transformação como lagares de azeite e vinho, fornos de cal, pisões, moinhos, entre outros engenhos.

No lugar de Vale de Ventos, localizado na freguesia de Turquel, existe ainda uma propriedade agrícola, a Quinta de Vale de Ventos, que é um imóvel muito antigo, em vias de classificação pelo IPPAR. Constituiu outrora um couto agrícola dos Frades de Cister, conservando ainda vestígios deste seu passado, como é o caso de dois grandes reservatórios de água, em pedra, que abasteceriam a herdade.

A Quinta de Val Ventos (século XVIII), como era outrora chamada, é uma das granjas mais modernas na longa história de vida dos Coutos de Alcobaça. Nesta granja mandam os cistercienses plantar o mais extenso olival dos coutos que, segundo a avaliação dos louvados (1834), possuía 60.000 pés de árvore dispostas numa matriz geométrica, cujo compasso mandava a distância de nove metros entre árvores contra dezassete metros de fileira a fileira.

Para arrecadar a produção deste magnífico olival, que em anos de safra generosa alcançava as 70 pipas, no fresco rés-do-chão do celeiro dispunha-se o armazém de azeite com as suas 23 pias (actualmente só restam 19), com a capacidade estimada de 166 pipas (assim se podia almudar o azeite proveniente do quinto da azeitona e do dízimo da maquia).

Destaca-se ainda nesta Quinta, as Obras, nome porque ficaram conhecidos os gigantescos reservatórios de armazenamento das águas pluviais, a Pia da Serra que abastecia de água os pomares de limas e laranjeiras doces assentes na encosta, a extensa eira quadrangular para debulhar os milhos e leguminosas secas que se cultivavam num ciclo de três em três anos nas terras de olival e o pombal (já para não falar do complexo habitacional e Igreja).

No ano de 1765 edifica-se nesta granja o maior colmeal dos Coutos. Situado numa encosta virada a nascente, os covões de abelhas instalavam-se em patamares servidos por uma escadaria lateral. O muro apiário com 2 metros de altura cercava uma superfície com 20 metros de largura por 20 metros de comprimento. O murado abrigava os cortiços e colmeias dos ventos gélidos, servia de barreira a fogos e protegia do ataque de texugos e doninhas, entre outros animais, responsáveis por estragos consideráveis nos enxames. Para manter os enxames saudáveis durante o Inverno, depositavam junto aos cortiços tigelas com castanhas piladas cozidas. As artes da cresta realizavam-se no mês de Junho, mas quando convinha reforçar a enxameação a cresta era bienal.

Graças a esta actividade abundava o mel de tão grande utilidade no receituário de doces e também noutros pratos requintados, nas bebidas fermentadas, na arte terapêutica… O mel da Serra (mel de alecrim) era mesmo considerado o mais claro que se produzia em Portugal.

Tendo sido uma das grandes granjas dos Monges de Cister, após o abandono devido à extinção das ordens religiosas em Portugal. Passou depois a ser propriedade do Marquês de Rio Maior e mais tarde, viria a pertencer ao Conde de Azinhaga.

Devido à sua localização nas faldas da Serra dos Candeeiros e com uma enorme área, quase tudo ali se produzia e transaccionava, criando, assim, muitos postos de trabalho, para além dos trabalhadores sazonais que vinham de longínquas terras. Trabalhavam permanentemente cerca de 20 homens nos serviços agrícolas, e cerca de 15 mulheres. Havia outras pessoas que ali residiam para uma melhor assistência aos numerosos animais de trabalho e transporte, assim como para diversos serviços domésticos.

Na Quinta de Vale de Ventos tudo se fazia duma maneira autónoma: existia a habitação com uma capela anexa, dedicada a Nossa Senhora, várias arrecadações, uma abegoaria (conjunto das alfaias de uma propriedade agrícola), uma oficina de carpintaria, um lagar de azeite, uma eira, depósitos para armazenagem de águas pluviais, fornos de cal, cortiços para abelhas, etc..

Dotada de um grande olival, era necessário recorrer a outro pessoal, aquando da sua colheita. A azeitona colhida era moída no lagar, movido por uma vara comprida, que era puxada por um boi em volta do engenho. As galgas (mós) trituravam a azeitona, sendo depois a massa colocada em ceiras, que eram comprimidas nas 4 prensas existentes através de 4 grandes pesos de pedra, colocados nas suas varas. Os lagareiros executavam as tarefas relativas à saída do azeite, o melhor que lhes fosse possível, pois daí dependia a sua boa qualidade. O azeite saía para as tarefas de chapa, sendo depois armazenado em pias (vasilhas de pedra) até ser vendido. A produção da azeitona era cerca de 160 carradas.

O mel mais claro do nosso País era ali produzido. Existia uma grande quantidade de abelhas colocadas em 400 cortiços, cuja produção atingia 12 almudes por ano. Os cortiços eram ali fabricados pelo pessoal assalariado, visto que existia muita cortiça. Este serviço era feito à sombra de uma oliveira que estava próxima. No local do colmeal foi mais tarde plantado um eucaliptal.

Devido à existência de um grande reservatório de águas pluviais (Obras), era possível proceder à rega dos diversos produtos hortícolas, utilizados na alimentação dos residentes da Quinta. Havia outro reservatório mais pequeno para captação de águas utilizadas na confecção de alimentos.

Como a Granja tem uma grande área e muito mato, existia um grande rebanho de ovelhas e cabras com o seu ovelheiro. Para os trabalhos de remoção de terras, havia sempre 3 juntas de bois com o seu abegão. Para o transporte das pessoas, havia cavalos, mulas e burros.

Devido à grande produção da Quinta de Vale de Ventos, faziam-se as mais diversas transacções comerciais: gado, azeite, mel, milho, trigo, lã, peles, legumes, lenha e mato. Vinham compradores dos mais diversos pontos do País.

Fonte: Texto sedido pelo Prof. Dr. António Maduro, para o site: http://adepartroteiro.blogspot.com/ / elementos em arquivo acerca da Quinta de Vale de Ventos,  fornecidos no ano de 2000 pelo Dr.Joaquim Guerra ali nascido em 1911.

Turquel - Grutas


Perto de Turquel existem várias grutas pré-históricas, como a "Casa da Moira", "Cova da Ladra", "Algar de Estreito", "Algar de João Ramos" e "Buraco de Moniz", e ainda sepulturas da idade do bronze e antas. De todos estes lugares escolhemos dois que pela sua importância devem ser referidos como locais a visitar.

Estas grutas e algares próximos de Turquel, deram origem ao longo dos tempos, a idílicas lendas mouriscas, apesar de não subsistirem vestígios reais da presença mourisca, muito embora se saiba que a estes se devem a introdução de técnicas na região, como as de extracção do azeite, do regadio, da moagem, etc..

Como sempre, estas lendas podem assumir diversas formas e existe um grande número de lendas, e versões da mesma lenda, como resultado de séculos de tradição oral. Surgem como guardiãs dos locais de passagem para o interior da terra, os locais "limite", onde se acreditava que o sobrenatural podia manifestar-se. Aparecem junto de nascentes, fontes, pontes, rios, poços, cavernas, antigas construções, velhos castelos ou tesouros escondidos.



Casa da Moira



É uma famosa gruta, situada num outeiro, adjacente à Serra dos Candeeiros, ao qual dão o nome de Cabeço de Turquel. Distancia-se três quilómetros da vila, para leste.

A entrada da gruta é uma estreita fenda aberta no rochedo. Ao fim de alguns metros por entre apertadas paredes, com a forma de um corredor, com bastante declive, há uma espaçosa “sala”, que apresenta de forma original e de curioso aspecto da sua decoração baseada em estalagmites e estalactites, exibindo as mais variadas e caprichosas formas, o que dá a entre recinto a aparência de um templo gótico.

Daqui parte uma galeria, cujo o solo vai gradualmente subindo, e cujas paredes e tectos são também ornamentados por belas colunas.

No extremo desta galeria, houve antigamente uma abertura, que dava comunicação com o exterior.

O conhecido arqueólogo Sr. Joaquim Possidónio Narciso da Silva veio em 1869 observar esta gruta, mandando então prosseguir com escavações, descobrindo diversas camadas de cinzas e ossos. O Sr. Possidónio julga ter servido de necrópole aos povos primitivos.

Estação arqueológica do Paleolítico

Tipo de Estrutura – Gruta natural

Lugar – Charneca do Rio Seco

Localização Geográfica – Carta Militar Portuguesa, escala 1:25 000, 327 Turquel ( Alcobaça), Altitude aproximada 240 m.

Geomorfologia – Gruta aberta no calcário Jurássico superior na vertente NO do Cabeço de Turquel. Zona florestal.

Escavações:

(1869) – Escavações de Joaquim Possidónio da Silva.

(1881) – Escavações de Carlos Ribeiro.


Algar de João Ramos


A Gruta assim denominada abre-se no pendor oriental de uma elevação entre as Redondas e o Covão do Milho.

Esta Gruta tem um acesso que só é possível na vertical, prolonga-se num plano rapidamente inclinado de mais de trinta metros de extensão. No seu lado direito desemboca uma galeria muito sinuosa.

Foi explorada nos finais do século XIX pelo Sr. Manuel Vieira Natividade. Considerado por ele, como a mais notável gruta e a considerou uma estação típica do período do cobre.

Nesta gruta foi encontrado os seguintes instrumentos de cobre: um punhal, dois machados, duas pontas de lança, duas pontas de flechas, além destes objectos do período do cobre, foi também encontrados duas facas de sílex, dois machados, e três placas de xisto (em cada uma destas havia dois furos), oito vasos de barro, um botão de osso, etc.


Estação arqueológica do Paleolítico

Tipo de Estrutura – Gruta natural

Classificação cronológica – Paleolítico médio/superior 

Lugar – Covão do Milho (Redondas).

Localização Geográfica – Carta Militar Portuguesa, escala 1:25 000, 327 Turquel ( Alcobaça), Altitude aproximada 190 m.

Geomorfologia – Gruta aberta no Calcário Jurássico, na base da encosta ocidental da serra dos candeeiros. Zona agrícola.

Escavações:

- 1890 – Escavações de Manuel Vieira Natividade.

- Escavações dos Serviços Geológicos de Portugal.

Fonte: www.Turquel.com