terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Chiqueda - sua História


A ocupação humana do vale, conduz-nos à pré-história. Foi nesta área que Manuel Vieira Natividade, em finais do século XIX, realizou várias campanhas arqueológicas, nomeadamente nas três grutas das Calatras, levantando um espólio lítico e cerâmico significativo do período neolítico que se encontra até hoje à espera de conhecer a luz do dia, em local apropriado..

Antiga granja do Mosteiro de Alcobaça e famosa pelos seus laranjais, a povoação situada perto da cidade de Alcobaça, está ligada à lenda da fundação do Mosteiro de Alcobaça e ao voto feito por D. Afonso Henriques no alto da Serra de Albardos.

Conta a lenda de que o 1º Rei de Portugal, foi ao cimo da Serra dos Candeeiros e lançou a sua espada para decidir onde mandaria construir o Mosteiro, agora situado em Alcobaça. Nesta localidade caiu a espada do rei, passando a ser chamada de Quiqueda (Aqui+Queda). Assim sendo, o nome veio da queda da espada e depois foi evoluindo de Quiqueda para Chiqueda.

Porém, e ainda segundo a lenda, os anjos da noite tiraram as marcações e levaram-nas para Alcobaça...e o Mosteiro foi construido no lindo vale banhado pelos rios Alcoa e Baça.
 
Chiqueda situa-se a pouco mais de 3 km da vila histórica de Aljubarrota. A aldeia encontra-se entre as aldeias de Carrascal, Évora de Alcobaça, Carvalhal, Lameira e também da aldeia de Ponte Jardim. Esta aldeia pertence a 4 freguesias, sendo elas: Prazeres de Aljubarrota, São Vicente de Aljubarrota, Moleanos e Évora de Alcobaça.
A localidade está profundamente ligada ao rio Alcoa que nasce junto desta povoação, mais propriamente no Vale da Ribeira do Mogo.

Junto à nascente do Alcoa e em plena Granja de Chiqueda (baptizada significativamente de Jardim), os “monges agrónomos” edificaram um complexo industrial com moinho de rodízio de quatro pedras e um lagar de azeite com seis varas, três caldeiras e engenho hidráulico.

Um pouco a montante, nas imediações do Poço Suão, foi levantado, na década de trinta do século XVIII, um grande forno de cal que custou ao Mosteiro mais de 80.000 réis, cuja cal parda era utilizada como argamassa para dar solidez às edificações monásticas. Realce-se ainda o reservatório conhecido por mãe-de-água que por um prodígio de engenharia hidráulica abastecia de água potável o Mosteiro.

Trabalho elaborado por: Fabiana Crisóstomo Costa, nº 14, Grupo 2.

Fonte: www.jf-aljubarrota.pt / Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque; “Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; Alcobaça, 1994.

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