quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Alcobaça - sua História

A origem de Alcobaça como vila remonta provavelmente a época dos romanos como se poderá depreender do nome da antiga povoação “Helcobatie”.

Al-cobaxa, como foi mais tarde chamada, denota indubitavelmente a presença posterior dos árabes, ama vez que resulta da composição do artigo “al” e “cobaxa“ (carneiros) e caracteriza claramente a paisagens ao redor da vila, constituída por muitos outeiros.

Embora seja controverso, parece mais plausível a nome de Alcobaça ter origem a denominação dos rios Alcoa e Baça e não o contrário, uma vezes que explicada cada e, embora por diferentes formas, a origem da palavra Alcobaça e só o assim a origern do nome daqueles dois rios.

Parece contudo, que a local da actual Alcobaça não corresponde a “Helcobatie” romana: "Podemos quando muito dizer que cerca da vila de Alcobaça de hoje, existia uma povoação antiga, que teria sido fundada pelos romanos e por estes chamada Alcobatie". O local da antiga Alcobatie ficava a uns quatro quilómetros da actual Alcobaça e próximo do que hoje e a povoação de Valado dos Frades.

"Os monges, sabedores da geografia e da historia antiga, ao fundarem o seu Mosteiro, logo nos primeiros anos da sua  história, teria aparecido  a designação de Monasterium Alcobatie para a sua casa e este mesmo nome teria sido dado à vila nascida  à  volta do Mosteiro".

Como já foi dito, os monges tiveram papel de relevo no povoamento da vila e na gestão agrária do vasto território dos Coutos. Já na última metade do século XIII, haviam desbravado e agricultado a maior parte das terras até uma légua de distância do Mosteiro. Para além das terras arrendadas e cedidas aos colonos directamente pelo Mosteiro, e sobre as quais poucas referências existem.

Em Alcobaça podemos destacar, por terem ligação directa com a Ordem de Cister, sendo granjas pertencentes aos Coutos, a Quinta dos Cidreiros, a Quinta da Gafa (um dos antigos relegos da Abadia), a do Cidral e a vastíssima Cerca do Mosteiro, que ocupava parte da actual Quinta da Cova da Onça, Quinta do Lameirão, a da Conceição e a do Telheiro.

Ainda no primeiro quartel do século XIX, a região já se destinguia pelo esmerado cultivo. Tal deve-se essencialmente à grande fertilidade do solo e à abundância de água.

A então pequena vila de Alcobaça, recebeu foral de D. Manuel I em 1514. As outras 12 vilas dos Coutos de Alcobaça, receberam forais na mesma época.


Em 1567, o Mosteiro de Alcobaça separou-se de Cister, a casa-mãe em França, para se tornar cabeça da Congregação Portuguesa, por bula do Papa Pio V.

Em meados do século XVII, a maioria das terras dos Coutos de Alcobaça pertencia já aos habitantes das vilas e dos seus concelhos.

A data do abandono do mosteiro pelos monges, a 13 de Outubro de 1833, a vila não era mais de que um pequeno aglomerado de casas, com reduzido numero de habitantes, no local fronteiro ao Mosteiro e dele separado por um terreno.


O mosteiro esteve a saque durante 11 dias em 1833, após o abandono forçado dos monges, em virtude da vitória liberal na guerra civil. Com a extinção das ordens religiosas decretada em 1834, parte das terras do Mosteiro de Alcobaça foram vendidas em hasta pública.

Saídos os monges de Alcobaça, foi o seu espólio partilhado pelas famílias burguesas liberais mais influentes, ao redor e dentro da vila. As quintas em redor da Vila e a cerca do Mosteiro passam então para as suas mãos tendo esta sido destruída no decorrer dessa apropriação. Hoje quase não existe vestígios visíveis, embora se possa inferir o seu traçado pelos limites de propriedade e também através de construções mas recentes, feitas sobre alicerces anteriores.

O terreiro do Rossio e também apropriado à medida que o Mosteiro é reintegrado na vida urbana, ao ser usado como Teatro, Câmara Municipal, Tribunal... De lugar de distanciamento e separação, o Rossio converte-se em local de encontro e de ligação, pois passa a ser a sala de visitas da vila. Neste período, era o Rossio o domínio do peão, lugar de convívio e reunião dos alcobacences nas noites quentes de verão, especialmente quando a música tocava.


A vila como estrutura ou forma de existência social, surge com a extinção do Mosteiro como instituição. A sua expansão inicia-se no final do século XIX e até 1957 a um ritmo lento mas regular, segundo as linhas de desenvolvimento intimamente ligadas aos principais acessos da vila e às margens dos rios Alcoa e Baça.

Até à década de quarenta o desenvolvimento urbano da vila fez-se lentamente e liminarmente segundo as quatro vias para os núcleos exteriores, Caldas, Lisboa, Nazaré, Batalha, Leiria e Rio Maior / Santarém. Para tal, contribuiu também a topografia natural das terras da vila, como os desníveis existentes ao redor do vale e os rios Alcoa e Baça que puxaram o casario irradiado do Mosteiro.

Na vila podemos ainda encontrar moradias “Chalets”, com sabor romântico dos fins do século XVIII e XIX, designados por “casas dos brasileiros”, mas podemos também presenciar construções modernas, seguindo as directrizes do racionalismo (originado na famosa escola de Bauhaus) que reduzem o edifício urbano a uma armação de aço e betão.


Mais tarde, Alcobaça gerada em "ventre" cisterciense e criada em berço chamado "Rossio", é finalmente elevada a cidade em 1995.

Trabalho elaborado por: Carolina Ramalho, nº 9, 7º F

Fonte: http://www.turquel.com/lugares/alcobaca.html / Wikipédia

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