quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Alcobaça - Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça

Neste primeiro Roteiro de Estudo, propõe-se apenas a visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, deixando-se os restantes monumentos da cidade para outra visita, integrada num dos outros Roteiros de Estudo a realizar.

Sendo uma das primeiras fundações monásticas cistercienses em território português, o Mosteiro de Alcobaça tornou-se a principal casa desta Ordem religiosa, graças a uma continuada política de protecção régia, iniciada pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.

As dependências medievais bastante bem conservadas, fazem do Mosteiro de Alcobaça um conjunto único no mundo, a que acrescem as edificações posteriores, dos séculos XVI a XVIII, como importante testemunho da evolução da arquitectura portuguesa.

A Abadia fundada em 1153, por doação de D. Afonso Henriques a Bernardo de Claraval, só começou a ser construída em 1178.
 
Do conjunto monástico fazem parte a Igreja com planta em cruz latina, e três claustros seguidos, de dois andares. Recentemente foi descoberta a existência de um quarto claustro que terá sido destruído aquando o grande terramoto de 1755.

A Igreja, iniciada como era prática corrente pela cabeceira, com três naves à mesma altura, o transepto de duas naves e o deambulatório, formam um conjunto que impressiona pela simplicidade, grandeza e austeridade.
 
É a maior e a primeira grande obra do gótico primitivo português, depois substancialmente alargada e enriquecida com as sucessivas doações reais. Em 1308, D. Dinis faz construir o Claustro do Silêncio, acrescentado de um piso já no reinado de D. Manuel, que mandou também construir a chamada Sacristia Manuelina, obras encomendadas ao arquitecto João de Castilho.
 
A partir do Abade Comendatário Cardeal D. Henrique, começaram as grandes alterações espaciais no Mosteiro, com a construção do Palácio Abacial no extremo Norte da Ala Norte e do Claustro do Cardeal, seguindo-se, no séc. XVII, a Hospedaria, a primitiva Sala dos Reis, com estátuas de todos os reis portugueses até D. José, e o Noviciado.
De grande destaque é o Deambulatório, a Sala do Capítulo, a Sacristia, a Capela das Relíquias, o Parlatório, o Dormitório, a Sala dos Monges. Notável também é o Relicário e o Altar da Morte de S. Bernardo dos finais do séc. XVII, em terracota, assim como a grande Cozinha do séc. XVIII, (Cozinha Velha e Nova), o Refeitório e o Lavatório.
 
A Sala dos Túmulos, em neo-gótico, guarda os túmulos de várias rainhas e príncipes, entre os quais os túmulos de D. Afonso II (1185-1123) e D. Afonso III (1210-1279) . No transepto da Igreja de Santa Maria, encontram-se duas das mais belas obras da arquitectura tumular do séc. XIV, os famosos túmulos de D Pedro e D. Inês de Castro, daquela que é considerada uma das mais trágicas histórias de amor de Portugal.
 

O príncipe D. Pedro (1320-1367), casado com D. Constança Manuel, perde-se de amores por uma das aias de sua mulher, a castelhana Inês de Castro. Após a morte de D. Constança, o rei assume publicamente o seu amor por D. Inês de Castro, passando a viver maritalmente com esta, nascendo desta relação três filhos. A relação foi condenada pelo pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV, condenando à morte, em 1335, D. Inês, por alegada traição ao reino.

Após subir ao trono D. Pedro I levou a cabo a missão de vingança, condenando com violência todos os culpados e envolvidos na morte da sua amada, declarando D. Inês como rainha de Portugal, sendo coroada depois de morta. 

D. Pedro ordenou a construção do seu túmulo e da sua amada, transladando os restos mortais de D. Inês para o Mosteiro de Alcobaça, constituindo hoje uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média no País.

O Rei determinou no seu testamento que, aquando a sua morte, os túmulos deveriam ser colocados de modo a que no dia do juízo final, quando os dois apaixonados ressuscitassem, se olhassem olhos nos olhos.

Hoje em dia estes túmulos são visitados por muitos apaixonados, muitos no próprio dia do casamento, dizendo-se que quem jura fidelidade a este amor, vê a eternidade do seu próprio.

Fonte: http://www.guiadacidade.pt/ / alcobaca.no.sapo.pt

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