Saindo de Aljubarrota a caminho da Benedita, sugerimos ainda a passagem por dois lugares que não devem deixar de se visitar, quer pela sua ligação aos Coutos de Alcobaça, quer por neles se encontrarem monumentos antigos e muito ligados à cultura e história desta última vila a visitar. São eles Olheiros e Chãos de Aljubarrota, que nos ficam a caminho da estrada IC2.
Olheiros
Olheiros é uma aldeia portuguesa, situada na freguesia de São Vicente de Aljubarrota, no concelho de Alcobaça, onde é realizada anualmente a festa de São João Baptista.
Encontra-se na estrada nacional 8, entre os lugares de Aljubarrota e Cumeira de Baixo, de onde parte uma estrada que liga esta aldeia ao Mogo, ao Val Vazão e aos Casais de Santa Teresa.
Capela de S. João Baptista
Entre Aljubarrota e Olheiros, encontra-se a capela renascentista de S. João Baptista, que segundo inscrição na parte superior do portal, indica ter sido construída em 1606. Foi reconstruída em 1838.
A Capela de S. João Batista, esteve, durante muitos anos, a necessitar de obras de restauro, que só poderiam ser efectuadas com a intervenção e supervisão do Ippar, por se tratar de um monumento de interesse nacional.
É uma linda capela e uma das mais antigas conhecidas em Portugal, que agora está finalmente restaurada, com grande esforço da população, da junta de freguesia de S. Vicente e de outros organismos estatais.
É uma linda capela e uma das mais antigas conhecidas em Portugal, que agora está finalmente restaurada, com grande esforço da população, da junta de freguesia de S. Vicente e de outros organismos estatais.
Conserva cúpula italianizante, que coroa o cruzeiro e que é exteriormente rematada por um cilindro recoberto de pedraria. É um monumento algo estranho, pois a traseira possui pesados contrafortes, que não se ajustam à singela zona frontal.
A Ermida de S. João Baptista, possui uma imagem de vulto, deste santo, que tem na mão um livro com um cordeiro.
Cruzeiro
Fonte
Chãos de Aljubarrota
A aldeia de Chãos, pertence ao concelho de Alcobaça e à freguesia de São Vicente de Aljubarrota.
É nesta aldeia que encontramos outra Ermida muito antiga, que é dedicada ao culto de Nossa Senhora das Areias.
Ermida de Nossa Senhora das Areias
Em Chãos de Aljubarrota, existe a pequena Ermida de Nossa Senhora das Areias que ainda conserva o alpendre renascentista com colunas.
No interior encontra-se uma imagem de vulto da Senhora das Areias, num nicho com retábulo e lateralmente tem um pequeno sino que chama os fiéis para a missa.
No interior encontra-se uma imagem de vulto da Senhora das Areias, num nicho com retábulo e lateralmente tem um pequeno sino que chama os fiéis para a missa.
A imagem de Nossa Senhora das Areias que se encontra na ermida é muito antiga e a Ermida foi outrora um local de muita romagem particularmente para doentes de febre e maleitas.
Diz a tradição que Nossa Senhora apareceu neste local a uma pastora, daí a construção da Ermida que segundo Couseiro "era de muita romagem, particularmente para febres e maleitas"; segundo a mesma fonte, sabe-se que à data da construção da Ermida, esta não tinha sino. As ripas de cerâmica que servem de cobertura à nave e capela-mor são tingidas com "vieuxchêne".
Ao indagar a historia desta capela, junto de um velho habitante dos Chãos de Aljubarrota, este contou-nos que noutros tempos, existia junto à imagem, uma taça com areia.
Terá alguma relação com o mar? É que parece que tanto esta devoção a Senhora das Areias, como a da Senhora da Luz, um pouco mais baixo, com a sua linda igreja no meio de pinhais, poderão estar relacionadas com a Senhora da Nazaré. Verdade ou mentira, o que é certo, é que nas festas da Senhora da Luz (ou dos pinhões), a maioria dos devotos são peixeiras ou pescadores da Nazaré.
Esta Ermida possui planta longitudinal simples, de nave única e capela-mor, rectangular. Corpo da sacristia adoçado ao lado NO. da nave. Alpendre na fachada principal; massas dispostas na horizontal; telhado de 2 águas na nave e capela-mor, prolongando-se em aba corrida sobre a sacristia e de 3 águas no alpendre.
No exterior, a fachada SO. tem empena triangular, rematada por cruz em pedra; ao lado, sineira em arco alteado sobrepujada por pequeno pináculo; pórtico terminando em frontão triangular, a cuja altura se eleva o alpendre, definido por alhetas de cantaria, de 5 vãos delimitados por muros e 2 colunas assentes num parapeito interrompido para acesso ao templo.
A fachada SE. de pano único rasgada por uma porta e uma janela, ambas com moldura rectangular, terminando em frontão triangular. A fachada NE. é cega e de empena triangular. A fachada NO. é constituída pelo adoçamento da sacristia.
No interior, possui nave única com púlpito de base poligonal, o arco triunfal de volta perfeita dá acesso à capela-mor cuja cobertura em tecto constituído por longas ripas de cerâmica dispostas em 3 planos é igual à da nave. A iluminação é feita através de uma única janela na capela-mor.
Culto de Nossa Senhora das Areias
O culto de Nossa Senhora das Areias tem origem na seguinte lenda:
«Habitava por estes sítios uma mulher que quando ia buscar água a uma fonte, descansava sempre num mesmo local. Certo dia, estando a mulher em grande aflição por ter perdido a chave de casa, apareceu uma senhora que lhe indicou o sítio onde estaria a chave. A mulher dirigiu-se então a esse sítio e lá encontrou a chave dentro de uma taça de areia».
Dai, a construção da Ermida no local onde apareceu a senhora e daí o nome de Nossa Senhora das Areias. Ainda hoje se mantém debaixo do altar uma taça com areia.
Cruzeiro
Em frente à Ermida de Nossa Senhora das Areias, encontra-se um Cruzeiro, sobranceiro à vertente coberta de vegetação que desce para a Fonte Santa.
É um cruzeiro de arquitectura religiosa com utilização inicial devocional. Sobre plataforma de dois degraus quadrangulares adoçados a uma pedra assente numa base cúbica de faces côncavas, intercaladas por uma moldura saliente. Em cima uma cruz latina.
É um cruzeiro de arquitectura religiosa com utilização inicial devocional. Sobre plataforma de dois degraus quadrangulares adoçados a uma pedra assente numa base cúbica de faces côncavas, intercaladas por uma moldura saliente. Em cima uma cruz latina.
Fonte: Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque, "Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça", Alcobaça 1994 /
alcobaca.no.sapo.pt/freguesias/Monumentos
Fotos: Dias dos Reis
Trabalho elaborado por: André Mendes, nº 4, 7º F, Grupo 4.
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