quarta-feira, 26 de maio de 2010

Olheiros e Chãos de Aljubarrota - Monumentos a visitar


Saindo de Aljubarrota a caminho da Benedita, sugerimos ainda a passagem por dois lugares que não devem deixar de se visitar, quer pela sua ligação aos Coutos de Alcobaça, quer por neles se encontrarem monumentos antigos e muito ligados à cultura e história desta última vila a visitar. São eles Olheiros e Chãos de Aljubarrota, que nos ficam a caminho da estrada IC2. 

Olheiros

Olheiros é uma aldeia portuguesa, situada na freguesia de São Vicente de Aljubarrota, no concelho de Alcobaça, onde é realizada anualmente a festa de São João Baptista.

Encontra-se na estrada nacional 8, entre os lugares de Aljubarrota e Cumeira de Baixo, de onde parte uma estrada que liga esta aldeia ao Mogo, ao Val Vazão e aos Casais de Santa Teresa.


Capela de S. João Baptista

Entre Aljubarrota e Olheiros, encontra-se a capela renascentista de S. João Baptista, que segundo inscrição na parte superior do portal, indica ter sido construída em 1606. Foi reconstruída em 1838.


Capela de S. João Batista, esteve, durante muitos anos, a necessitar de obras de restauro, que só poderiam ser efectuadas com a intervenção e supervisão do Ippar, por se tratar de um monumento de interesse nacional.

É uma linda capela e uma das mais antigas conhecidas em Portugal, que agora está finalmente restaurada, com grande esforço da população, da junta de freguesia de S. Vicente e de outros organismos estatais.


Conserva cúpula italianizante, que coroa o cruzeiro e que é exteriormente rematada por um cilindro recoberto de pedraria.  É um monumento algo estranho, pois a traseira possui pesados contrafortes, que não se ajustam à singela zona frontal.

A Ermida de S. João Baptista, possui uma imagem de vulto, deste santo, que tem na mão um livro com um cordeiro.


Cruzeiro



Fonte


Chãos de Aljubarrota

A aldeia de Chãos, pertence ao concelho de Alcobaça e à freguesia de São Vicente de Aljubarrota.

É nesta aldeia que encontramos outra Ermida muito antiga, que é dedicada ao culto de Nossa Senhora das Areias.


Ermida de Nossa Senhora das Areias


Em Chãos de Aljubarrota,  existe a pequena Ermida de Nossa Senhora das Areias que ainda conserva o alpendre renascentista com colunas.

No interior encontra-se uma imagem de vulto da Senhora das Areias, num nicho com retábulo e lateralmente tem um pequeno sino que chama os fiéis para a missa.

A imagem de Nossa Senhora das Areias que se encontra na ermida é muito antiga e a Ermida foi outrora um local de muita romagem particularmente para doentes de febre e maleitas.

Diz a tradição que Nossa Senhora apareceu neste local a uma pastora, daí a construção da Ermida que segundo Couseiro "era de muita romagem, particularmente para febres e maleitas"; segundo a mesma fonte, sabe-se que à data da construção da Ermida, esta não tinha sino. As ripas de cerâmica que servem de cobertura à nave e capela-mor são tingidas com "vieuxchêne".

Ao indagar a historia desta capela, junto de um velho habitante  dos Chãos de Aljubarrota, este contou-nos que noutros tempos, existia junto à imagem, uma taça com areia.


Terá alguma relação com o mar?  É que parece que tanto esta devoção a Senhora das Areias, como a da Senhora da Luz, um pouco mais baixo, com a sua linda igreja no meio de pinhais, poderão estar relacionadas com a Senhora da Nazaré. Verdade ou mentira, o que é certo, é que nas festas da Senhora da Luz (ou dos pinhões), a maioria dos devotos são peixeiras ou pescadores da Nazaré.

Esta Ermida possui planta longitudinal simples, de nave única e capela-mor, rectangular. Corpo da sacristia adoçado ao lado NO. da nave. Alpendre na fachada principal; massas dispostas na horizontal; telhado de 2 águas na nave e capela-mor, prolongando-se em aba corrida sobre a sacristia e de 3 águas no alpendre.

No exterior, a fachada SO. tem empena triangular, rematada por cruz em pedra; ao lado, sineira em arco alteado sobrepujada por pequeno pináculo; pórtico terminando em frontão triangular, a cuja altura se eleva o alpendre, definido por alhetas de cantaria, de 5 vãos delimitados por muros e 2 colunas assentes num parapeito interrompido para acesso ao templo.

A fachada SE. de pano único rasgada por uma porta e uma janela, ambas com moldura rectangular, terminando em frontão triangular. A fachada NE. é cega e de empena triangular. A fachada NO. é constituída pelo adoçamento da sacristia.

No interior, possui nave única com púlpito de base poligonal, o arco triunfal de volta perfeita dá acesso à capela-mor cuja cobertura em tecto constituído por longas ripas de cerâmica dispostas em 3 planos é igual à da nave. A iluminação é feita através de uma única janela na capela-mor.


Culto de Nossa Senhora das Areias

O culto de Nossa Senhora das Areias tem origem na seguinte lenda:

«Habitava por estes sítios uma mulher que quando ia buscar água a uma fonte, descansava sempre num mesmo local. Certo dia, estando a mulher em grande aflição por ter perdido a chave de casa, apareceu uma senhora que lhe indicou o sítio onde estaria a chave. A mulher dirigiu-se então a esse sítio e lá encontrou a chave dentro de uma taça de areia».

Dai, a construção da Ermida no local onde apareceu a senhora e daí o nome de Nossa Senhora das Areias. Ainda hoje se mantém debaixo do altar uma taça com areia.


Cruzeiro

    

Em frente à Ermida de Nossa Senhora das Areias, encontra-se um Cruzeiro, sobranceiro à vertente coberta de vegetação que desce para a Fonte Santa.

É um cruzeiro de arquitectura religiosa com utilização inicial devocional. Sobre plataforma de dois degraus quadrangulares adoçados a uma pedra assente numa base cúbica de faces côncavas, intercaladas por uma moldura saliente. Em cima uma cruz latina.

Fonte: Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque, "Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça", Alcobaça 1994 /
alcobaca.no.sapo.pt/freguesias/Monumentos

Fotos: Dias dos Reis

Trabalho elaborado por: André Mendes, nº 4, 7º F, Grupo 4.

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