Ex-líbris de Aljubarrota, esta praça, verdadeira sala de visitas da vila, conjuga a harmonia da sua dimensão e o equílíbrio com a notoriedade dos monumentos que a preenchem, a saber:
O conjunto constituído pelo Pelourinho, Torre sineira isolada e casas das Juntas, constituem um dos mais belos exemplares arquitectónicos, no seu género, existentes no País.
Torre do Relógio
A Torre Sineira ou Torre do Relógio, data da época de D. Sebastião, que no Mosteiro de Alcobaça passou largo tempo da sua juventude. A Torre, símbolo do poder civil. está separada da Casa da Câmara (hoje sede das Juntas de Freguesia), constituindo um modelo arquitectónico muito belo e raro.
Pelourinho
Constituído por uma coluna lisa assente em três degraus circulares com capitel lavrado de onde sobressaem a esfera armilar e as armas de Portugal.
O Pelourinho, símbolo da justiça, tem frute cilíndrico monolítico, encimado por uma esfera e um escudo, coberto com um chapéu abacial cardinalício, talvez aludindo ao Cardeal Rei D. Henrique, que foi abade comanditário em Alcobaça. Possui ainda, um pináculo e coroa de forma graciosa, o velho símbolo do município de Aljubarrota.
Igreja da Misericordia
No topo nascente da mesma praça, fica a Igreja da Misericórdia, que é o que resta de um conjunto que incluía o Hospital do Espírito Santo.
Esta Igreja tem arquitectura simples, com empena triangular encimada por uma cruz e ladeada por dois pináculos.
A Irmandade da Misericórdia foi instituída no reinado de D. Manuel I, em 1516, e esta Igreja era a sua sede.
Esta Igreja tem arquitectura simples, com empena triangular encimada por uma cruz e ladeada por dois pináculos.
A Irmandade da Misericórdia foi instituída no reinado de D. Manuel I, em 1516, e esta Igreja era a sua sede.
Casa do Celeiro
Do lado sul localiza-se a Casa do Celeiro, local onde eram pagos os dízimos e rendas devidas pelos arrendatários das terras dos termos da vila ao Mosteiro de Alcobaça, donatário da vila.
O edifício da Casa do Celeiro, de grande solidez e grossíssimas paredes, é bem o exemplar de uma arquitectura rústica de idade secular.
Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres
O primeiro templo a existir naquele local terá sido construído no século XIII, de que subsiste actualmente o magnífico portal românico.
Constitui o mais antigo monumento de Aljubarrota e o de maior relevo histórico. Nesta igreja ouviu missa e rezou o Condestável, D. Nuno Álvares Pereira no dia 14 de Agosto de 1385, antes de se dirigir para a frente de batalha, nos campos de S. Jorge.
A Igreja engloba vários estilos, fruto das sucessivas reconstruções ao longo do tempo. Trata-se de uma igreja paroquial rural com portal românico, ladeado por uma torre sineira e robusta.
No interior, deparamo-nos com um coro alto de balaustrada de madeira, assente em quatro grossas colunas dóricas de pedra calcária, e à esquerda situa-se o baptistério com uma volumosa pia baptismal, monolítica, em forma de taça heptagona.
Ainda na zona de entrada, destaca-se as pias de água benta, igualmente monolíticas, com um grande receptáculo assente em peanhas altas.
O templo é de nave única, coberta com três panos de madeira, sendo a capela-mor abobadada. Na parede do lado direito, a partir da entrada, ganha corpo uma belíssima capela renascentista e na mesma parede continua a apresentar um púlpito de pedra, rectangular, ornada com motivos geométricos e assente em mísula curvilínea, logo seguido de um grande nicho, que acolhe o Anjo Gabriel.
A parede termina rasgada pelo grande arco gótico que abre para a Capela medieval dos fundadores, Martim Palença e esposa, cujos sarcófagos estão ali patentes.
Em frente, na parede contrária, um outro altar lateral, votivo a Santo António, é emoldurado por pedra finamente lavrada, também ao gosto renascentista.
Na capela-mor em abóbada com nervuras rematadas por florão, encontram-se molduras em tratamento barroco, nas portas e janelas. De estilo maneirista, esta capela foi alterada e apresenta um conjunto de altar e retábulo de mármore rosa e branco de grande imponência. Ladeando o arco cruzeiro de grande altura, estão dois altares colaterais barrocos.
A festa em honra de Nossa Senhora dos Prazeres realiza-se no 1º Domingo de Agosto, que é o dia dedicado a esta santa e dura 4 dias.
Casa dos Capitães
Situada junto ao Largo de Nª Sª dos Prazeres, é um belo edifício do século XVIII, com belíssimas janelas aventadas, cuja reconstrução constante de uma lápide, é de 1779.
É constituída por dois corpos, sendo uma antiga residência dos capitães de milícias e outro formado por antigos cómodos e cavalariças, pois era obrigação do capitão dar guarida e protecção aos viajantes e forasteiros.
A Casa dos Carvalhos
Situada na Rua Direita fica a Casa dos Carvalhos, edifício do séc. XVIII, de acordo com a data de 1778 que encima uma das portas.
Nesta casa nasceu o Arquitecto Eugénio dos Santos, um dos maiores vultos mundiais da arquitectura e o mais ilustre cidadão de Aljubarrota. Foi o braço direito do Marquês de Pombal na reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755.
De sua autoria foi o projecto da Baixa Lisboeta e o desenho do Terreiro de Paço e do Arco da Rua Augusta. Para as gentes do Norte é motivo de orgulho, no Porto, o Palácio da Relação, também de sua autoria.
Foi Eugénio dos Santos (Eugénio dos Santos e Carvalho de seu nome completo), o responsável pela reconstrução de Lisboa até à sua morte, na qualidade de Director da Casa do Risco das Obras Públicas.
Janelas Manuelinas
A Rua Direita da vila é ladeada por inúmeros exemplos de arquitectura civil e popular, diversos solares setecentistas de sabor rural que possuem varandins e janelas de vários estilos, entre outras características dignas de conservação.
Aljubarrota poderia assim caracterizar-se, pelas suas janelas de grande variedade e estilo, (aventadas, século XVIII, de cantaria recta, de olho de boi, redondas ou ovaladas, de avental quadrangular, de empena superior abaulada e suas variantes).
Mas de entre todas avulta, nesta rua, uma janela nobre em estilo Manuelino, denotando no desgaste do seu floreado calcário, a sua antiguidade.
É o único exemplar do concelho de estilo manuelino, aplicado a edifícios particulares. É uma janela nobre de verga recortada e encimado por três cogulos. As ombreiras, a base e a verga são profundamente decorados com baixos-relevos estilizados de figurino já renascentista.
É o único exemplar do concelho de estilo manuelino, aplicado a edifícios particulares. É uma janela nobre de verga recortada e encimado por três cogulos. As ombreiras, a base e a verga são profundamente decorados com baixos-relevos estilizados de figurino já renascentista.
Fazia parte de um antigo solar quinhentista, a Casa de Carreiras, de que restam dois corpos de varandins alpendrados, com suas bases de colunas clássicas.
Igreja de São Vicente
Situada no Largo de São Vicente, no extremo nascente da Rua Direita, junto da estrada nacional que liga Alcobaça a Leiria, encontra-se este templo paroquial fundado em 1549, no local onde outrora existiu uma ermida do século XII.
A construção desta igreja foi exigência da população, que pretendia a criação de uma segunda freguesia em Aljubarrota, com uma igreja própria no séc. XVI. No entanto, o interior bem como o exterior foram profundamente remodelados nos inícios do séc. XX e ainda na reconstrução de 1972. Para além dos retábulos e da capela mor, este templo apresenta estatuária de valor, em que avulta um grande escultório do século XVI, figurando Santa Ana, a Virgem e o Menino.
É particularmente interessante a sua torre sineira do século XVI, encimada por um invulgar coruchéu em forma de "tiara" ou de três coroas sobrepostas, características do distintivo papal.
No exterior destaca-se ainda, o empedrado envolvente á igreja, o pequeno cruzeiro de pedra lavrada e os dois túmulos oitocentistas.
Para além destes, ainda se encontram naquele largo peças de altar e outras peças que faziam parte da traça primitiva da igreja como pequenos fustes de colunas e duas aras de altar monolíticas e decoradas em alto-relevo, agora colocadas no exterior, junto da entrada.
O portal perdeu o significado com a última intervenção, sendo encimado por um pequeno óculo e pela empena que fecha com cruz de pedra, enquanto nas paredes laterais, ganham realce um significativo conjunto de gárgulas medievais.
De nave única, com tecto de madeira disposto em três panos. A igreja é iluminada por janelas laterais e pelo óculo já referido. A capela-mor, de pavimento lajeado, apresenta abóbada de berço coberta a estuque. O altar-mor tem um retábulo, pintado com três painéis e colunas de pedra em estilo salomónico.
Lateralmente encontram-se dois altares seiscentistas de pedra, dedicados a Santo António e Nossa Senhora do Rosário, com pintura no frontal superior.
Cruzeiro
À entrada de Aljubarrota, junto à estrada nacional, que liga Alcobaça a Leiria, encontramos um Cruzeiro que ostenta no alto, próximo da cruz, um símbolo da morte.
Era neste Cruzeiro que se penduravam os enforcados, vindos dos antigos caminhos do sal, que passavam perto de Porto de Mós e que ali .eram supliciados.
De arquitectura religiosa que inicialmente servia ao culto. Sobre plataforma de 3 degraus quadrangulares escalonados assenta a base quadrangular chanfrada nos ângulos inferiores.
Coluna de fuste monolítico, cilíndrico, liso, possuindo na zona inferior dois anéis salientes e apresentando um orifício de lado a lado quase no topo do capitel decorado com velutas. Remate formado por um maciço com relevo de uma caveira sobre duas tíbias, encimado por uma cruz trevada.
Fonte: http://www.jf-aljubarrota.pt/ / Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque, " Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça", Alcobaça, 1994 / alcobaca.no.sapo.pt/freguesias/Monumento
Fotos: Dias dos Reis
Trabalho elaborado por: Fabiana Crisóstomo Costa, nº 14, 7º F, Grupo 2.
Sem comentários:
Enviar um comentário