quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Turquel - Monumentos a visitar

Pelourinho Manuelino


Pelourinho de Turquel encontra-se no centro da vila histórica de Turquel. É um pelourinho manuelino, datado do séc. XVI. 

A sua existência tem sido atribulada. Em 1874, havia sido levado para o Museu Arqueológico do Carmo, em Lisboa. Em 23 de Maio de 1950, foi solenemente reposto no local de onde há quatro décadas havia sido retirado. Para o efeito foram-lhe adicionados  três degraus circulares, de rebordo saliente, que não existiam no seu anterior lugar de ocupação. No dia 23 de Agosto de 1979, o pelourinho foi derrubado por um camião.

O monumento é composto por quatro partes: plinto, fuste, capitel, e remate. O fuste assenta no plinto formado por três degraus circulares e é dividido ao meio por um anelete que une as duas partes e é decorado nos extremos por bolas.

A coluna estilizada é decorada com florões quadrifoliados. O remate assenta sobre um capitel quadricular com quatro florões que se desenvolvem das arestas verticais até cada meio de duas faces. O remate em forma de pinha, apresenta numa das faces em alto relevo, uma figura humana que, segundo Possidónio da Silva, refere-a como sendo a do Abade de Alcobaça. Mas, segundo José Diogo Ribeiro, trata-se de Santa Bárbara, pois era assim denominada Nossa Senhora da Conceição pelos residentes de Turquel nos anos anteriores a 1920.

O Pelourinho foi classificado pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público desde 1933.


Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição


Mandada erguer pelo Cardeal Infante D. Henrique em 1520, tornou-se independente da Matriz de Aljubarrota em 1565, dependência que durou 269 anos, com início em 1296 com a demarcação das Igrejas dos Coutos.

Nela há a salientar o portal manuelino em arco abatido sobreposto por apêndices decorativos: folhas retorcidas, animais quiméricos, etc. Sobre o fecho avultam as armas do Cardeal Infante.

Foi construída em 1520, por iniciativa da população local, com autorização do Cardeal Infante D.Henrique, como ermida dedicada a Nª Senhora da Conceição, dependendo da paróquia de Aljubarrota. Só em 23 de Julho de 1565, foi designada Igreja Matriz da paróquia de Turquel. Ainda hoje, mantém, sobre o seu pórtico principal, as armas do Cardeal Infante, que a mandara ampliar.

Foi novamente alargada por ordem do Mosteiro de Alcobaça, na época do domínio espanhol. Em 1709, sofre desmoronamento e as cerimónias litúrgicas passaram a ser celebradas na Igreja da Misericórdia. As obras de reconstrução foram desde 1720 a 1733.

No entanto, também no domingo de Páscoa de 1747, o coro da igreja caiu, tendo havido vítimas, pelo que foram necessárias mais uma vez, algumas obras.


Em 1915, iniciaram-se novas obras que duraram até 1923, onde houve uma grande remodelação dos soalhos, dos estuques, ampliação do coro, e modificação de altares.

Em 1950, foi necessário reparar a sacristia e a parte Nascente da Igreja e foi então alterada a parede da capela-mor, da sua talha dourada para o aspecto que ainda hoje mantém, sob a orientação do arqº Korrodi.

Em 12 de Outubro de 1998, foram iniciadas as últimas obras de restauro e ampliação e construção de anexos, incluindo a casa mortuária, vindo a terminar nos finais de 1999.

Como tem sido alvo de sucessivas obras, foi ficando sem o seu aspecto original. Neste momento, a Igreja Matriz tem uma nave principal e outra lateral, tendo esta sido proveniente duma dependência da igreja, eliminando-se a parede contígua.

Foi construído o seu altar, em pedra da região, fora da capela-mor, para as celebrações litúrgicas. Foi retirado o seu púlpito que estava colocado na parede do lado esquerdo. A pia baptismal em forma de cálice octogonal com escultura decorativa, foi transferida do seu recinto para junto do altar. O coro tem também acesso pelo interior da igreja e ficou com uma forma de anfiteatro.

A capacidade da igreja é de cerca de 4 centenas de pessoas.


Capela do Senhor Jesus do Hospital


A Capela do Senhor Jesus do Hospital foi fundada em 3 de Maio de 1762 junto do Hospital da antiga Misericórdia, que sempre a administrou. Mais tarde, em 1870, foi reconstruída e ampliada por iniciativa e diligências de José Joaquim Madeira.

É um modesto templo setecentista que mantém no frontão da fachada azulejos alusivos à Santa Verónica.

Acerca da sua fundação existe uma lenda extremamente interessante.

A primitiva imagem do Senhor do Hospital, foi delineada na parede de um dos aposentos do hospital da Misericórdia desta vila por um peregrino que ali se albergou no ano de 1742.


O Altar-mor da Capela do Senhor Jesus do Hospital

O seu retábulo é primitivo com a adjunção de novas peças, para possibilitar um maior espaço na nova capela, destaca-se uma bem esculpida imagem de Jesus Crucificado, que foi adquirido em 1768, dum lado está S. Francisco de Assis e do outro está um imagem da Virgem e, sob a banqueta, a do Senhor Morto.

Os outros dois altares são respectivamente dedicados aos Senhor do Hospital e a Santa Maria Madalena.

Parte dos azulejos da capela do hospital, isto é, os que se vêem entre o arco cruzeiro e os altares laterais, e os que ladeiam a porta principal, junto às pias da água benta, pertenceram à capela da Quinta da Granja.


Capela de Santo António


A Capela de Santo António é muito antiga, mas pequena e simples. È precedida de um alpendre e de cada lado da porta tem uma janela gradeada. No seu interior existe um retábulo apainelado, no meio do qual existe uma imagem de Santo António. Esta capela situa-se na Rua José Diogo Ribeiro, (antiga Rua do Carril).


O edifício actual não corresponde ao original, porque foi restaurado pelo pároco, Pedro Vicente Ribeiro, com a contribuição dos fiéis. Foi construído um novo altar e retábulo, sendo também acrescentada uma imagem nova de Santo António, mandada esculpir em Braga.


O arco e a divisão ou “capela do fundo” foram construídos em 1844, ligando a capela a uma dependência que estava separada. A sacristia foi ampliada em 1859, graças a um donativo de Jacinto Heliodoro de Oliveira.

Como esta capela se foi degradando, foi restaurada por iniciativa do professor José Diogo Ribeiro, no início do sec. XX.
A garrida que então ali se colocou na respectiva sineira pertencera ao paço (casa da câmara) desta vila; constitui, portanto, uma apreciável memória da antiga municipalidade turquelense.” (In “Memórias de Turquel” de José Diogo Ribeiro, Lisboa, 1908, pag. 134).



Capela da Senhora da Serra


Situada nas faldas da Serra dos Candeeiros, é uma construção abobadada, sólida e elegante. Apresenta um frontão triangular com óculo e em cima deste uma cruz. Lateralmente ostenta dos pináculos. Foi profanada e foi no principio do século mandada purificar e restituir ao culto.

Trabalho elaborado por: Sara Cristina Nazaré Serrazina, nº23 (Grupo2).

Fonte: Blog da Associação para a Defesa do Património de Turquel / www.turquel.com

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