sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Alvorninha - Monumentos e locais a visitar

Igreja de Nossa Senhora da Visitação

Igreja de planta irregular; composta pelos volumes articulados na horizontalidade das naves central e lateral, capela-mor, sacristia e torre sineira.

A cobertura em telhado diferenciado de 2 águas prolongando-se em aba corrida sobre a nave lateral e sacristia. Frontispício orientado a Oeste, de pano único em empena triangular, rematado por cruz em pedra; frontão de cornija saliente, ladeado por 2 pináculos e aberto por óculo oval; sob janela recta destaca-se o pórtico em arco abatido com decoração vegetalista e naturalista entre 2 delgados fustes capitelizados prolongando-se na parte superior por cogulhos irradiantes enquadrando a esfera armilar.

A par do frontispício a fachada prolonga-se pelo corpo reentrante da nave lateral aberta por janela e porta recta. No lado oposto ergue-se a torre sineira de secção quadrada, sendo o 2º piso aberto por um campanário em cada uma das faces, encimado por coruchéu de ângulos quebrados, aberto numa das faces por relógio.

A fachada Sul, possui o corpo saliente da nave lateral rasgado por 4 janelas rectas gradeadas, corpo da capela-mor (mais baixo) aberto por pequena janela gradeada.

A fachada Este é cega, com empena ângular sobrepujada por uma cruz em pedra.

A fachada Norte, possui o corpo da sacristia em empena recta, aberto por porta e janela gradeada; corpo reentrante da nave central, cego, em empena recta; demarcação da torre sineira aberta no 1º piso por janela gradeada que ilumina o baptistério.

No interior a igreja possui o coro-alto de balaustrada assente em 2 colunas com pias de água-benta nos fustes delimitando o guarda-vento; nave central pavimentada a tijoleira e com cobertura em tecto de madeira disposto em 3 planos; 4 altares laterais (Evangelho), sendo os 2 centrais revestidos a talha dourada, correspondem no lado oposto aos arcos que acedem à nave lateral com escada de 2 lances para o coro-alto.

O arco triunfal é de volta perfeita e abre para capela-mor, onde se destaca porta de verga golpeada para a sacristia; altar-mor em talha dourada, com colunas salomónicas sustentadas por atlantes, figura que se repete na base do retábulo. Iluminação feita através de janela e óculo do frontispício, janelas do lado S. (nave lateral e capela-mor) e janela do baptistério. Pia baptismal relevada no bojo com escudo régio, encimada por um chapéu de prelado.




Na escadaria de acesso ao patamar da igreja, pode observar-se um bonito painel de ajulejos que representa a visita de D. Afonso Henriques a Alvorninha após a reconquista das terras de Santarém aos mouros.



Igreja Senhor da Misericórdia


A Igreja da Misericórdia de Alvorninha, foi fundada em 1605, com um hospital anexo e foi desde logo consagrada ao Divino Espirito Santo. Templo pitoresco com alpendre e galilé, sob um adro alto em cima de uma escadaria.


Fonte: Albuquerque, Maria Zulmira;“Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; 1994, Tipografia Alcobacense.


Capela de São Francisco


É uma capela de planta rectangular, simples, com massas dispostas na horizontalidade, com cobertura em telhado indiferênciado de 2 águas e de 3 águas sobre o alpendre.

O seu frontispício está orientado a Sudoeste, aberto por um portal recto ladeado por janelas, com embasamento escalonado sobrepujado por frontão triangular rematado por cruz trevada. Cornija interrompida com óculo, cuja altura se eleva em galilé de vão único delimitado por muro e 2 colunas assentes num parapeito interrompido para acesso ao templo.

A fachada Sudeste, é constituida por um.pano mural da galilé. O corpo do templo em empena recta, com embasamento acompanhando o declive, aberto por uma janela.


A fachada Nordeste, tem empena triangular, cega.

A fachada Noroeste tem empena recta, sobrepujada por sineira. Possui um pano mural interrompido por 2 contrafortes e porta recta. O muro do alpendre é interrompido por 4 degraus.

No interior o espaço único, é iluminado por 2 janelas (frontispício) e possui também uma janela lateral (Epístola). O seu pavimento é em tijoleira disposto em isódomo, e a cobertura tem o tecto rebocado. O altar-mor é composto por um nicho com imagem do orago. A pia de água benta, tem uma cruz latina relevada.

Fonte: Lurdes Perdigão, in http://www.monumentos.pt/Monumentos


Outras construções importantes em Alvorninha

Existe ainda uma velha Ponte Romana, de um só arco sobre o rio que vem do Casal do Rei e várias casas em ruínas. Este concelho teve quintas, casas e famílias ilustres. Uma das quintas mais importantes foi a Quinta de S. Gonçalo, em Alvorninha.

O seu edifício era construído em dois corpos ligados em ângulo recto, com o vértice a apontar na direcção de Alvorninha. A capela era no primeiro andar da casa e a entrada da quinta tinha um potão encimado pelo brasão da Família Couto e Aguiar, seus proprietários.


Fonte: Albuquerque, Maria Zulmira;“Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; 1994, Tipografia Alcobacense.



Almofala


Povoação muito antiga, a típica aldeia de Almofala (a necessitar urgentemente obras de intervenção), apresenta vestígios do período Neolitico e Romano. Dos árabes conserva o seu topónimo e do período da reconquista o que resta da passagem dos frades de Cister.

De facto, os muçulmanos comandados por Tarique, governador de Tânger, desembarcaram e invadiram a Península Ibérica em 711 (séc. VIII), permitindo a conquista de Toledo, a capital, e a ocupação do nosso país até ao séc. XIV. Em 1349, D. Afonso III expulsou os Muçulmanos do Algarve, após uma permanência de cerca de seis séculos.

Almofala possui várias casas de habitação muito antigas, onde o ano 1628 pode ser verificado numa delas e a maioria com varandas alpendradas, teve a sua origem, possivelmente, do Árabe (Al-mahala = a aldeia, arraial ou acampamento).

Numa outra versão, e segundo a tradição popular, consta que existia neste local uma árvore, um álamo, no qual eram justiciados os criminosos da terra.

Um dia, quando o carrasco se preparava para dar início a uma execução, pareceu-lhe que provinha de dentro do álamo uma voz, à qual ele respondeu: “Álamo, fala!”.

De facto, diz a lenda, a árvore falou e disse o nome do verdadeiro culpado e assim se salvou um inocente. A junção destas duas palavras deu origem ao nome de Almofala.

Esta memória continua a ser perpetuada na aldeia de geração em geração, onde existe uma rua com a denominação da Rua do Almo, onde se julga ter existido o álamo falante. 

Outros porém dizem que o nome, não passa de uma palavra árabe, que significa "arrail" ou "acampamento mourisco".

Nesta pequena povoação situava-se a maior Granja dos Coutos de Alcobaça. Esta Granja, situava-se na Quinta de Almofala,  hoje em ruínas e era possuidora de extensas e férteis terras.

Segundo reza a história, o rei D. Afonso Henrriques teria pernoitado neste lugar na véspera da tomada de Santarém aos mouros.


Capela de Almofala
 
A capela da aldeia, datada de 1786 e implantada num morro, tem uma pequena e graciosa escadaria, alpendre e colunetas, com cobertura em telhado indiferênciado  de 2 águas e de 3 águas sobre o alpendre.

A capela foi restaurada no séc. XIX e.é dedicada a Nossa Senhora das Necessidades, cuja festa se celebra no último domingo de Agosto.

Fonte: Albuquerque, Maria Zulmira;“Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; 1994, Tipografia Alcobacense / site dos Caminheiros, Fevereiro 2007



  Outras construções importantes em Almofala


A famosa Casa da Pedra Gravada, também conhecida por castelo (segundo o testemunho de um dos residentes na aldeia, o Sr. Ilídio Pina), é notável pelo seu alpendre e por possuir uma pedra a servir de cunhal, com figuração Neolítica. Este vestígio arqueológico tem sido, nos últimos anos, objecto de estudo de vários especialistas.

Devido às suas várzeas com excelentes terrenos de cultivo, é bem visível a sua importância agrícola dos terrenos à volta de Almofala, nos antigos Coutos de Alcobaça, como o testemunha a antiga Granja, conhecida por Quinta de Almofala. Este edifício possuía amplas salas decoradas, celeiros, lagar de azeite e de vinho, adega, alambiques, forno, cela de prisão e um belo fontanário onde ainda se pode ler a inscrição do ano 1763.

Fonte: site dos Caminheiros,  Fevereiro 2007


Trabalhia

O topónimo desta localidade, segundo opinião de alguns dos seus residentes, poderá significar “trabalho ou ao trabalho ia...” denominação associada ao arroteamento, desbravamento e povoamento de antigas terras pertencentes à Ordem Cisterciense de Alcobaça (religiosos conhecidos por monges brancos).

No Século XVI, em 1527, a aldeia da Trabalhia, aparece associada ao Casal de Gibraltar (o actual Casal do Chiote?), surgindo também referenciada no recenseamento de D. João III. Os seus padroeiros são Santa Maria e S. Brás, cuja festa se celebra a 2 e 3 de Fevereiro.


Capela de Nossa Senhora da Esperança - Trabalhia

Situada no lugar de Trabalhia, que recebeu foral em 1210, no reinado de D. Sancho I, concedido pelo Mosteiro de Alcobaça.

A Capela de Nossa Senhora da Esperança, ostenta um alpendre com colunas e um bom retábulo em talha dourada do séc. XVIII.

Fonte: Albuquerque, Maria Zulmira;“Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; 1994, Tipografia Alcobacense.

Fotos: Dias dos Reis

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