quinta-feira, 13 de maio de 2010

Paredes da Vitória - Monumentos

Ermida de Nossa Srª da Vitória


A Ermida ou Capela de Nossa Senhora da Vitória é um templo de uma só nave, de dimensões reduzidas. Encerra a imagem de Nossa Senhora da Vitória, sustendo no braço esquerdo o Menino Jesus e na mão direito a esfera.

Não se sabe qual a data da sua construção, devido às sucessivas obras e melhoramentos realizados, mas as suas referências datam aos séculos XII e XIII.

Local de devoção dos pescadores da Nazaré e dos habitantes de Pataias, que uma vez por ano, em diferentes datas, aqui realizam uma peregrinação, era a única igreja visível do alto mar entre Peniche e Figueira da Foz. Por esse motivo, os pescadores quando envolvidos em tempestades, pediam auxílio a Nossa Senhora da Vitória, que sempre os ouvia.

Dentro da pequena Ermida da Senhora da Vitória encontram-se gravadas nas paredes e no chão muitas frases escritas pelos pescadores, de agradecimento aos favores recebidos.

Trabalho elaborado por: António Santos Ramalho, nº 5, 7º F, grupo 4.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pataias


O culto a Nossa Senhora da Vitória


A diminuta população que se manteve na vila procurou apoio espiritual em Nossa Senhora da Vitória, que gradualmente foi ganhando importância. Pensa- se que este culto se venera desde os fins do século XIII, quando D. Dinis deu carta de foral a Paredes. No entanto, o círio votado àquela divindade terá tido início no momento da migração da população de Paredes para a Pederneira e Famalicão, que teria transportado consigo não só os privilégios e forais, mas também o culto de Nossa Senhora da Vitória, assegurando a sua manutenção.

Esta divindade era igualmente vista como protectora dos navegantes, o que propiciou a deslocação de muitos fiéis antes da sua partida para a Guerra do Ultramar ou para a pesca do bacalhau em terras distantes. Desta forma, nas paredes e no chão da ermida os devotos escreviam as suas preces e agradecimentos à Virgem, levando-lhe por vezes oferendas, fotografias ou pinturas, em sinal de agradecimento às promessas realizadas. No entanto, pode-se afirmar que o culto a Nossa Senhora da Vitória foi perdendo gradualmente o seu carácter católico e familiar, acentuando-se uma dimensão festiva com traços profanos.

A crença de salvadora de Nossa Senhora da Vitória acentuou-se em 11 de Abril de 1925, quando supostamente terá ocorrido um milagre, no qual o barco Gazela de José Maria Tinoco e da sua tripulação foram salvos de naufragar na Praia de Paredes. O milagre atribuído à Virgem imortalizou-se pelos versos populares: «A Senhora da Vitória, Mãe dos Homens do Mar, ela estendeu o seu manto, para o Gazela encalhar». A narrativa do milagre rapidamente se espalhou, intensificando deste modo o afluxo das gentes à Ermida de Nossa Senhora da Vitória que, na década de 20 do séc. XX tinha conhecido um retrocesso.


Na primeira metade do século XX, o círio passou a realizar-se em 11 de Abril ou 1 de Maio, integrando assim o ciclo festivo da Primavera. Posteriormente, passou a ser efectuado na quinta-feira de Ascensão, dia em que não se trabalhava, podendo todos comparecer em peregrinação à vila de Paredes.

O círio era formado junto ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, logo pela manhã, começando com as três tradicionais incursões em volta desse edifício. Na última volta entoavam-se as loas: «Do Sítio da Nazaré/ Vamos todos em romagem/ À Senhora da Vitória/ Prestar a nossa homenagem». Ao mesmo tempo, uma banda musical, vestida a rigor, acompanhava a romaria, seguida por três crianças vestidas com trajes de anjos que cantavam as loas e se deslocavam em burros enfeitados, levando uma bandeira com um largo galão dourado, que era segurada pelo mais alto, enquanto os outros dois sustinham na mão as guias. Logo atrás vinha um casal de juízes, empunhando o juiz a bandeira e a juíza a guia. A todo este ritual assistia a multidão, que se espalhava nas escadas do Santuário e no largo.


A organização do círio ficaria a cargo do juiz, na medida em que possuía o respeito da maioria e escolhia o secretário e o tesoureiro para o auxiliarem na organização. No círio os romeiros iam vestidos com roupa domingueira, fazendo-se representar por elementos de todos os estratos sociais.

Ao chegar a Paredes, efectuava-se uma pequena procissão com a imagem venerada e de seguida o círio executava voltas à Ermida de Nossa Senhora da Vitória, tal como as que tinha dado ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, recitando os anjos mais loas.

Dentro da Ermida realizava-se a missa, sermão e entrega das oferendas a Nossa Senhora da Vitória, sendo alinhadas as velas oferecidas enquanto ardiam no soalho da capela. A festa continuava, assumindo agora um carácter pagão, dando lugar às cantigas, ao baile e almoço no areal.

Antes do regresso, efectuavam-se as três últimas voltas à Ermida enquanto os anjos cantavam mais loas «Adeus Virgem da Vitória/ Adeus Mãe de Portugal/ Pela lenda de Portugal, Pela senda triunfal/ Levai-nos ao reino da glória». Alguns romeiros pernoitavam junto à Ermida, recolhendo-se debaixo dos alpendres de madeira.

Fonte: sapinhogelasio.blogspot.com / http://www.cm-nazare.pt/ /  http://www.paredesdavitoria.com/

Trabalho elaborado por. Pedro Rafael, nº 22, 7º F, Grupo 1

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