sábado, 22 de maio de 2010

Ataíja - sua História

Ataíja é uma pequena aldeia da freguesia de Aljubarrota (São Vicente), município de Alcobaça.

Durante mais de duzentos anos, pelo menos desde o início do Séc.XVIII, até meados do Séc. XX, a Ataíja viveu e resceu em redor dos grandes olivais que a cercavam e preenchiam todo o espaço até à base da Serra dos Candeeiros.

Este  olival era designado por Olival do Santíssimo Sacramento, que segundo os louvados, possuía entre dezassete a dezoito mil pés de árvore, pelo que os monges brancos de Alcobaça, mandaram edificar um majestoso lagar nas imediações da Lagoa Ruiva, o lagar ou a Casa do Monge Lagareiro, no lugar da Ataíja de Cima (S. Vicente de Aljubarrota).

A importância da cultura da oliveira é, ainda agora, evidente pelo peso que tem na toponímia local e pelo número de lagares que, ainda muito recentemente, existiam na região.

Relativamente à origem do nome Ataíja, e segundo Manuel Vieira Natividade no seu livro, “O Mosteiro de Alcobaça – (Notas Históricas)”, publicado em 1885, “Athaija é derivada da corrupção do antigo vocábulo, “atà-hij”, que significa “até ahi”. Seria o ponto de demarcação de um grande olival dos frades, hoje propriedade do Sr. Dr. Francisco Baptista Pereira Zagalo, illustre médico d'Alcobaça.”


No entanto, e segundo outros autores o nome Ataíja, é anterior ao olival dos frades. Ataíja situa-se no limite norte dos antigos Coutos de Alcobaça e, se há necessidade da dar nome aos lugares, é aos lugares de fronteira. Se não, como saberiam os frades e os seus vizinhos onde começavam e acabavam os terrenos de uns e de outros?

Na carta de doação que D. Afonso Henriques fez a São Bernardo de Claraval, tal como se encontra transcrita, em português moderno, no livro “Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça – Roteiro”, (1987) de Maria Augusta Lage Pablo da Trindade Ferreira, refere-se a carta de doação dos Coutos de Alcobaça, a uma herdade ...sub o Monte Taixa...

Ataíja vem designada na doação do Castelo de Leiria sob o nome Taigiam. No entanto também é referida nas doações das terras de Alcobaça aos Monges de Cister, por Taicha ou Taixa.


Frei Manuel de Figueiredo refere nos seus escritos que: “No lugar das Atahijas estavam muitas terras incultas pertencentes ao Mosteiro de Santa Maria que por isso as doou ao Administrador das rendas destinadas ao Santíssimo Sacramento e o Administrador mandou aí plantar olival e fazer um lagar, que aí se conserva. E continua noutro lugar: Nos limites desta freguesia (AljubarrotaSão Vicente) e encostas da Serra dos Albardos principiaram no meio do século passado (1780) as plantações de extensíssimos olivais”.

Taixa, Ta-í-xa, Ataíja. O monte que hoje conhecemos por Serra dos Candeeiros chamar-se-ía, então, Monte Taixa e dele Ataíja teria tomado o nome.

A referida carta de doação menciona os nomes dos seguintes lugares, pelos quais se traçava a fronteira dos Coutos doados: Leiria, Óbidos, Monte Taixa, Alcobaça, foz de Salir, água do Furadouro, garganta de Olmos, cimalhas de Aljubarrota, Andamo, águas de Coz, Melua, mata de Patayas, Pederneira e Muel.

Actualmente são duas as Ataíjas: a Ataíja de Cima e a Ataíja de Baixo, e ambas pertencem à freguesia de São Vicente de Aljubarrota.
 
Fonte: ataijadecima.blogspot.com / Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque; “Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; Alcobaça, 1994.
 
Trabalho elaborado por: Adriana Ferreira,  nº 01, Catarina Martinho, nº 11, Fabiana Costa, nº 14, Patrícia Serrazina, nº 20, Sara Serrazinan, nº 23, 7º F, Grupo 2..

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