quinta-feira, 20 de maio de 2010

Alcobaça - Locais a visitar

Propõe-se neste Roteiro de Estudo a visita a casas particulares de antigos moradores de Alcobaça, quase todas elas situadas em terrenos que pertenceram outrora aos Monges do Mosteiro de Alcobaça e que ficavam ou dentro ou perto da cerca do Mosteiro.

Algumas destas casas siyuam-se em terrenos, resultantes de apropriações do estado, que foi tomando posse administrativa dos bens monásticos,  depois do abandono dessas terras pelos Frades de Cister, após a extinção das ordens religiosas em Portugal, vendendo-os mais tarde em hasta pública.


Casa da Família Serrano


Casa situada no Rossio, frente ao Mosteiro, do  início do séc. XIX, com data provável da construção em 1940. Até Outubro desse ano funcionou no n.º 51 deste imóvel a tipografia Alcobacense de José Oliveira Júnior.

Em 1941, já estava estabelecido no n.º 54 a Venda de Jornais da Firma José Narciso da Costa, Sucessores, que neste período pertencia a António Carolino. No ano 2000, foi realizada a aquisição do edifício pelo actual proprietário à família Serrano das Caldas da Rainha.

De arquitectura civil residencial oitocentista, é um bonito edifício de carácter funcional, de dois pisos e telhado de duas águas, composto por espaços amplos no piso térreo.

Trata-se de uma das mais antigas construções urbanas civis de Alcobaça, que se encontra muito bem preservada.


Casa da Cerca do Colégio



Edifício implantado no ângulo Sul da cerca do Mosteiro de Alcobaça, possui arquitectura residencial oitocentista. É um imponente edifício de 2 pisos.



Edifício da Câmara Municipal


Curioso palacete de influência brasileira, mandado construir em 1890 por Francisco Oriol Pena.

Ao gosto burguês com sabor romântico assim como outras casas designadas por "Casas dos brasileiros", porque os proprietários, enriquecidos no Brasil, trouxeram um gosto de lá importado. A inclinação das águas dos telhados denuncia essa influência, dado ser superior à necessária para o clima português.


Este palacete está integrado no espaço de uma antiga quinta, designada por Quinta da Gafa. Gafa é um nome que provém da presença de uma gafaria (hospital para leprosos em tempos passados).


Palácio do Visconde Costa Veiga


A construção deste palácio data de 18... Em 1863 alojaram-se neste solar o Rei D. Luís I e a Rainha D. Maria Pia, tanto na ida como no regresso de uma viagem efectuada ao Norte.

Esteve também aqui instalado o Asilo da Infância Desvalida - Álvaro Possolo, tendo sido inaugurado em Dezembro de 1876.

É um edifício de planta rectangular longitudinal, de volume simples disposto na horizontalidade com coberturas em telhados de 4 águas.

O edifício principal encontra-se em mau estado de conservação e ainda hoje está rodeado por construções que serviam de apoio às actividades agrícolas de onde se destacam os tanques de águas e minas de captação.


Edifício onde viveu a família de Joaquim Vieira Natividade


Foi construído em 1931, pelo arquitecto Santa Rita, para residência do Engenheiro Agrónomo Joaquim Vieira Natividade.



Edifício do CEERIA


O edifício foi construído em 1912 para residência do director do Companhia de Fiação de Tecidos de Alcobaça e onde mais tarde funcionou o Externato Alcobacense, conhecido pelo nome de Colégio do Dr. Cabrita, seu director.

De arquitectura civil residencial. Trata-se de um edifício de planta quadrangular, marcado por torreão e por estrutura com cobertura em escamas. Decoração dos frisos azulejares e a traça das cantarias ligam este edifício à Arte Nova.

Aqui se alojou o primeiro Presidente da República Portuguesa, Dr. Teófilo Braga, quando em 26 de Setembro de 1915 se deslocou a Alcobaça para inaugurar a Exposição Pomológica.

A Companhia de Fiação e Tecidos de Alcobaça, aluga o palacete à associação CEERIA em 1977. Devido à falência da COFTA em Dezembro de 1988, a associação CEERIA adquiriu o imóvel.


Challé da Cova da Onça


Foi de 1903 a 1906 a construção do chalé para residência de José Eduardo Raposo de Magalhães, casado com Virgínia Remígio, implantado na Quinta da Cova da Onça, em terrenos anteriormente inseridos na cerca do Mosteiro de Alcobaça.

Foi sede da Resinagem Nacional, empresa da Família Magalhães. A electrificação do Chalé foi feita em 1960.

De arquitectura civil residencial, romântica. É um Challé construído e influenciado pela tipologia Suíça, com telhados de águas fortemente inclinados e empenas triangulares. As varandas e os alpendres metálicos, ricamente trabalhados, valorizam artisticamente o edifício.


Chalé da Fonte Nova


Em 17 de Dezembro 1875 foi apresentada hipoteca por José Vitorino da Fonseca Froes à Quinta da Fonte Nova, propriedade na altura de Silvério da Silva da Fonseca Pereira e de sua mulher, D. Maria Constança d'Albuquerque Teixeira de Borbon, senhores das casas de Leiria e Alcobaça. Esta hipoteca foi cancelada em 1877.

Em 16 de Outubro de 1877 a quinta foi adquirida por António Cândido da Encarnação que mandou construir o chalé na Quinta da Fonte Nova, no antigo relego do Mosteiro de Alcobaça.

Em 1897 o chalé já era pertença de David Manuel da Fonseca por casamento com a viúva de António Cândido da Encarnação, D. Matilde Pereira Moniz, tendo este feito arranjos junto à sua quinta.


Em 20 de Fevereiro de 1908 a propriedade ficou inscrita em nome de Maria Valentina da Fonseca, filha menor do casal David Manuel da Fonseca e D. Matilde Pereira Moniz, por morte de sua mãe.

Em 1960 Celestino Pereira Moniz herda a propriedade por morte de sua sobrinha, D. Maria Valentina da Fonseca de Carvalho e Almeida, de quem foi o único herdeiro.

Em 1967 a filha de Celestino Pereira Moniz, D. Maria Valentina dos Santos Moniz, vende a propriedade.


Trata-se de um palacete que possui a linguagem característica do romantismo tardio, com cumeeiras decoradas e telhados inclinados. Possui molduras e tectos decorados com estuque, ao nível do rés-do-chão. O programa decorativo dos tectos, na generalidade, é composto pela sucessão de vários frisos, principalmente de temática vegetalista e frutícola, e molduras rectilíneas.

Em 1993 D. Maria do Carmo Lameiras e Adão Lameiras fazem a recuperação da casa e começam a explorá-la como Turismo de Habitação.


Palacete da Família Rino


Implantado nos terrenos da antiga cerca cisterciense, nas proximidades do Mosteiro de Alcobaça, e instalado na margem esquerda do rio Alcoa.

A construção do edifício para residência de José Pereira da Silva Rino é de 1891/1892, casado com Dna. Capitolina Araújo Guimarães, filha do fundador da Fábrica de Fiação e Tecidos.


Na década de 1970, Maria Cristina Rino doou o palacete à Congregação Religiosa de S. José de Cluny, que vendeu o seu recheio, um dos mais ricos de Alcobaça.

Trata-se de um palacete que possui a linguagem decorativa característica do romantismo tardio em Portugal.
Foi adaptado a Centro de bem-estar infantil, utilização que actualmente ainda se mantém.


Casa da Família Oliveira


Construção do imóvel para residência de Bernardino Lopes de Oliveira em 1872 / 1873. Funcionou em vida de Bernardino Lopes de Oliveira (foi vice-cônsul do Brasil em Alcobaça) como Consulado do Brasil em Alcobaça.

No rés-do-chão conta com um Museu Zoológico particular, com espólio de aves da fauna brasileira e portuguesa, e uma colecção de frades em barro de produção portuense.

Em 1951 continuou a funcionar como Museu Zoológico, agora ao cargo dos seus herdeiros.


Planta rectangular, composta., de três pisos na fachda principal e quatro na posterior, com cobertura homogénea em telhados de duas águas, com trapeiras e clarabóia.

A casa possui molduras e tectos decorados com estuque. O programa decorativo dos tectos, na generalidade, é composto pela sucessão de vários frisos, principalmente de temática vegetalista, e por molduras geométricas; O fogão lítico é decorado com sulcos rectilíneos e possui braseira metálica, que acompanha o vão do mesmo.

O fogão lítico é decorado com sulcos rectilíneos e possui braseira metálica, que acompanha o vão do mesmo.


Torreão da fachada posterior, com jardim de Inverno, salão de fumo e terraço.

Em 1995 foi adquirido por D. Maria do Carmo Lameiras e Adão Lameiras, fazendo obras de adaptação a Turismo de Habitação.

Fonte: empolivretoju.blogspot.com / alcobaca.no.sapo.pt

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