segunda-feira, 19 de abril de 2010

São Martinho do Porto - sua História


São Martinho do Porto é uma praia que se estende ao longo de uma baía deslumbrante, banhada pelo azul do mar.

Com os seus 3 quilómetros de areal, esta bacia marítima de forma elíptica e águas calmas possui também uma barra com 250 metros de abertura, entre os Morros de Santana a sul e do Farol a norte.

A sua origem remonta a muitos séculos antes da era de Cristo, quando aquela terra e aquele mar não eram chamados de S. Martinho. Na baía ficava o antigo porto romano de “Eburobritium” e a parte da baía junto à barra chamava-se “Porto de Salir”.


Abstraindo da passagem dos romanos pela região, pode fixar-se a origem da povoação numas cabanas de pescadores construídas na encosta SE do morro chamado Outeiro.

No século XIII a região já era arroteada pelos Monges Agrónomos de Alcobaça, como Granja do Mosteiro.
 
Foi no reinado de D. Afonso III, no mês de Junho do ano de 1257, que Frei Estêvão Martins, 12º Abade do Convento de Alcobaça, concedeu o primeiro foral a São Martinho do Porto.
 

O segundo foral foi dado em 1495 pelo D. Abade, Cardeal Donatário de Alcobaça, o Cardeal D. Afonso, filho de D. Manuel I.

O terceiro foral foi concedido pelo rei D. Manuel I, a 1 de Outubro de 1518. É neste altura que S. Martinho do Porto passa a ser sede de concelho. O quarto Foral foi outorgado em 1527, pelo rei D. João III.

A região é constituída pela serra da Pescaria e pela serra do Bouro que constituiu, em tempos geológicos, uma única ilha, que mais tarde deu origem à baía de São Martinho do Porto.


A baía, situada a 19 quilómetros de Alcobaça e a cerca de 100Km de Lisboa, é o último vestígio do antigo golfo que se estendia até Alfeizerão, até ao século XVI.

A baía foi porto de mar dos Coutos de Alcobaça, onde se desenvolviam atividades ligadas à pesca e à construção naval.

Foi outrora o porto de escoamento da larga produção dos Coutos de Alcobaça e isto só por si justifica o foral concedido, uma vez que era ali que se fazia o escoamento da larga produção dos Coutos de Alcobaça.


No século XVI a construção naval desenvolveu-se mais e era tal a sua importância que algumas das naus que partiram para a desastrosa expedição a Alcácer Quibir foram aí construídas.

No fim do século XVIII o açoreamento acentuou-se e as areias carregadas pela Ribeira de Alfeizerão iam enchendo a apertada concha o que levou ao cancelamento das costruções navais.

Foi vila e sede de concelho até 1855. O concelho era constituído inicialmente apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801. Em 1839 foram-lhe anexadas as freguesias de Alfeizerão, Salir do Porto e Serra do Bouro.


Em 1854 a vila era pobre e pequena e o movimento do porto limitava-se a alguns saveiros que traziam sal para a Nazaré e dois iates do Estado que transportavam madeira para Lisboa. Como consequência da sua decadência é suprimido o concelho no reinado de D. Pedro V e S. Martinho que tinha sido sede de concelho durante trezentos e trinta e seis anos passou para o concelho de Alcobaça.

Dado o desenvolvimento local e a construção do cais, já por volta de 1885 o bairro da praia passou a lembrar uma segunda vila. Hoje a vila é constituída por dois núcleos distintos, a parte baixa, vizinha à praia, mais vocacionada para a atividade turística; e a parte alta, onde se encontram as moradias tradicionais e a Igreja Matriz.

A vila de S. Martinho do Porto desenvolve-se em anfiteatro desde a Capela de Sto. António até ao Cais e à praia, seguindo pela Avenida Marginal até às dunas de Salir.


Pelas suas características, a baía de São Martinho do Porto foi um dos principais portos do País até finais do século passado, vindo a perder gradualmente a sua importância com o aparecimento dos navios a vapor. Nos dias de hoje trata-se de um importante porto de recreio e centro de recolha de algas submarinas.

Trabalho elaborado por: Carolina Ramalho, nº 9, 7º F.
 
Fonte: www.guiadacidade.pt/portugal / Wikipédia / http://www.alcobaca.com/smporto/

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