sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rio Maior - Monumentos e locais a visitar

Marinhas de Sal ou Salinas de Rio Maior


No caminho entre a Benedita e Rio Maior, encontramos o Alto da Serra e dele podemos descer para as Salinas Naturais de Rio Maior.

Estas ficam situadas num vale a 3 km da cidade de Rio Maior, na encosta da Serra do Candeeiros, dentro da àrea do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, sendo as únicas salinas naturais existentes em Portugal.



As Salinas de Rio Maior são uma mina de sal-gema, muito extensa e profunda, atravessada por uma corrente subterrânea, que alimenta um poço de onde se extrai a água, sete vezes mais salgada que a do Oceano Atlântico.

O poço comum, com as sete regueiras, as picotas ou cegonhas, os talhos e as eiras, assim como as rústicas e típicas casas de madeira com as suas chaves e fechaduras também em madeira, completam esta curiosidade da Natureza.


O Processo de exploração é tipico e artesanal, constituindo estas salinas naturais o verdadeiro ex-libris da Cidade de Rio Maior. As sua piramides de sal constam até do brazão da cidade.

São oito séculos de história, desde que em 1177, Pero D`Aragão e a sua mulher Sancha Soares venderam à Ordem dos Templarios a quinta parte que tinham no poço e Salina, conforme diz Pinheiro Leal no "Portugal Antigo e Moderno" (8 volume [1876]), citando o documento comprovativo dessa venda. É aliás o mais antigo documento conhecido que se refere a Rio Maior.


Certamente que através de séculos, a exploração das salinas fez-se por processos iguais aos de há poucos anos, quando a água salgada era tirada por meio de picotas introduzidas na Península Ibérica pelos Árabes.

Mas consta que, antes da reconquista cristã, os Romanos e depois os Árabes, já as exploravam em larga escala.


Nestas épocas recuadas o sal era uma substância muito importante no comércio entre povos, alguns o utilizavam até para pagamento de jornas, daí a palavra salário.


Capela de Nª. Sª. da Victória


Situada no ponto mais alto da cidade, foi reconhecida por Capela das Almas por ter pertencido à Irmandade das Almas.

Actualmente cedida à paróquia, encontrava-se incorporada na misericórdia desde 1914. Não se encontrando aberta ao culto.

A Capela poderá constituir evolução de outra, pertencente ao paço, sobre o qual se encontra parcialmente constituída.


Igreja da Misericórdia, antiga Igreja do Espírito Santo

                             

A Igreja da Misericórdia tem, ao longo dos anos, sofrido várias alterações que a descaracterizaram um pouco. No entanto, a sua arquitectura simples e a talha dourada no interior, foram preservadas.

A Igreja perdeu a função de matriz com a construção de uma nova Igreja, mas continua a exercer funções. A Misericórdia é, actualmente, a entidade responsável pela sua conservação e, em colaboração com a Paróquia, procura manter vivo este espaço, através da realização de celebrações religiosas e de espectáculos musicais. É o exemplar mais significativo da presença do barroco no concelho.

A obra enquadra-se numa época muito própria. D João V, 1698 - 1750, monarca da dinastia de Bragança, filho de D Pedro II e de D Maria Sofia Isabel de Neubourg, protagonizou a ultima manifestação do absolutismo monárquico em Portugal, que atinge o seu apogeu na arte barroca no País.


                                            
Os moradores de Rio Maior pediram a D. José I, em Janeiro de 1759, a criação de uma irmandade da Misericórdia que tomasse conta do hospital. O rei concedeu-a por alvará de 18 de Abril de 1759, com a obrigação de prestarem contas ao provedor de Santarém. A Misericórdia foi assim fundada em 19 de Abril de 1759 e possuía uma capela privativa, actualmente a Igreja.

Em virtude da ruína da Igreja Matriz, em 1810, passa a Igreja da Misericórdia a ter essas funções, mas em 1875, sendo o espaço exíguo para conter a população da então Vila de Rio Maior, o povo irá requerer a construção de uma nova e mais espaçosa. Por alguma razão, optou-se antes pelo alargamento da Igreja da Misericórdia em detrimento da construção de uma nova Matriz. Possuía por Orago, Nossa Senhora da Assunção. Com a construção da actual Matriz, em 1968, dá-se a sua transferência, passando esta Igreja a ter por Orago, a Rainha Santa Isabel, padroeira das Misericórdias.

O templo data da 2ª metade do século XVII.   As remodelações sofridas ao longo dos anos e em 1901, foram-lhe tirando o seu carácter original. A construção desta igreja é sólida, modesta e simples.

                                       

Na fachada apresentam-se cinco janelas de frontão clássico. O interior tem uma só nave, altar-mor, dois altares colaterais e três laterais, um coro singular que se dobra em dois corpos laterais, poisados em arcarias. Os dois altares colaterais em pedra, têm as imagens de Nossa Senhora de Fátima e do Sagrado Coração de Jesus. Num dos dois altares colaterais está colocado um retábulo de pedra, obra vulgar de quinhentos de uma rudez curiosa. No tímpano em relevo uma tabela com a legenda: "Avé Maria".


Casa Senhorial D`El Rei D. Miguel
                          

Ao lado da Igreja da Misericórdia, encontra-se a Casa Senhorial D`El Rei D. Miguel, que se situa na antiquíssima Praça Velha, no coração do centro histórico de Rio Maior ocupando uma área limitada a Norte pela Travessa do Espírito Santo, a Sul pela antiga Igreja Matriz, hoje Igreja da Misericórdia, a Nascente pela Rua Serpa Pinto e, a Poente, pela Rua Mouzinho de Albuquerque.

Este edifício tem janela de sacada com resguardos em ferro janelas de guilhotina à antiga portuguesa, porta de serviço com alpendre de colunas. Segundo a tradição D. Miguel ali se albergava e ali residiu mesmo nas vésperas da Batalha de Almoster, que ocorreu em 18 de Fevereiro de 1834.


Villa Romana

                             

A Villa Romana de Rio Maior foi descoberta em 1983. Em 1992, os Serviços de Arqueologia da Câmara Municipal de Rio Maior, com o apoio do Instituto Português do Património Cultural -IPPC, procederam à abertura de uma vala de sondagem que seria continuada no ano seguinte.

As villas romanas que até agora foram encontradas no nosso País, eram unidades de produção agrícola e agro-pecuária sendo o excedente dos seus produtos para fornecer as cidades e o exército.

                          

Em 1995 iniciaram-se as escavações sistemáticas em área, e no ano seguinte, com a colaboração do IPPAR instala-se uma cobertura numa parte já escavada da Villa Romana, destinada a salvaguardar e proteger das intempéries este património histórico-arquitectónico, sendo as restantes áreas do mosaico protegidas com a colocação de tela de ráfia e areia lavada.

As escavações efectuadas em 1992-93 permitiram pôr a descoberto um significativo espólio, para além de um conjunto de diversos painéis de mosaico que, pela sua gama cromática e desenho, são atribuíveis ao século II / III .

                            

Desse espólio destacamos uma estátua de Ninfa, esculpida em mármore branco, cujas dimensões aproximadas são: 91cm x 42cm x 31cm

A escultura era uma presença constante no Mundo Antigo: nos templos, monumentos públicos, ruas e praças urbanas e jardins privados das vivendas mais ricas. Sendo as Ninfas Deusas secundárias que personificavam a fecundidade e a graça, pensa-se que esta poderia representar o génio tutelar de Rio Maior, o Deus que os romanos pensariam que vivesse no rio Maior.

                             

A Ninfa pode ser apreciada no átrio da Câmara Municipal de Rio Maior, de 2ª a 6ª-feira, das 9.00h às 17.30h.

As visitas à Villa Romana devem ser marcadas com antecedência junto dos serviços de Arqueologia ou Turismo da Câmara Municipal de Rio Maior.
                                     
Trabalho elaborado por:
Fonte: /riomaior-cidadeviva.com

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