O Castelo de Alfeizerão encontra-se numa colina, para poente, à entrada da vila, de quem vem de S. Martinho do Porto. Mas para o viajante, que vê a colina, ali observe apenas uma pequena mata. Nessa mata se esconde o castelo, que ainda apresenta restos dos torreões cónicos.
Aquela colina muito tem para revelar, e todos os alfeizerenses sabem que a colina, nas traseiras da igreja, é muito rica em história.
O Castelo de Alfeizerão é o ex-libris da vila e não é por acaso, que no seu brasão, se apresenta uma meia lua árabe.
Este castelo árabe foi conquistado por D. Afonso I em 1147, e reedificado. No séc. XVIII ainda existia parte deste soberbo Castelo. Actualmente só existem vestígios da antiga construção. O acesso faz-se pelo caminho das traseiras do cemitério, por trás da igreja paroquial de Alfeizerão.
O que resta do Castelo de Alfeizerão não foi ainda objecto de um estudo monográfico rigoroso, devidamente acompanhado pelo contributo arqueológico. A relevância estratégica da localidade no então nascente reino de Portugal, em expansão para Sul perto de meados do século XII, certamente determinou um fenómeno de militarização da zona, que constituía um dos escassos portos de abrigo da revolta costa atlântica a Norte de Lisboa.
Com efeito, a cerca de 3 Km situa-se a localidade de São Martinho do Porto e o castelo era o principal ponto defensivo entre Peniche e a Nazaré, dispondo, aparentemente, de um pequeno porto de abrigo.
O castelo foi implantado numa colina dominante sobre a costa e uma extensão de terra interior, a cerca de 45 metros de altitude. Apesar da destruição maciça da sua estrutura, resta parte de um pano de muralha, composto por aparelho isódomo, que ligava dois torreões semicirculares, de volumetria original desconhecida.
Aparentemente, o recinto seria de planta quadrangular, defendido por oito torreões e integrava torre de menagem isolada no pátio, ligeiramente descentrada para o lado nascente (voltado a terra).
Escasseiam as referências à vida do Castelo durante a Baixa Idade Média, mas o seu declínio está relativamente documentado, acompanhando o progressivo assoreamento do porto. No século XVI, este entreposto marítimo tinha ainda a capacidade para albergar 80 navios de grande porte, mas os séculos seguintes foram marcados por uma progressiva decadência.
Em 1755, o terramoto destruiu parte da fortaleza, que não voltou a ser reconstruída, sintoma evidente da perda de importância do local em termos militares. Em meados do século XX, o que dele restava estava na posse de privados e, em 1973, procedeu-se a uma primeira abordagem arqueológica ao conjunto, que não teve, contudo, continuidade.
Igreja Matriz de São João Baptista de Alfeizerão
A Igreja Matriz é de estilo renascentista e é dedicada a S. João Baptista. Possui uma só nave e três altares: o altar-mor, o altar do Arcanjo e o altar de Nossa Senhora do Rosário.
Acredita-se que o templo remonte a finais do século XV ou início do século XVI. No início do século XVII, sofreu uma primeira intervenção (1633).
Sériamente danificada pelo terramoto de 1755, sofreu trabalhos de reparação em 1762. Em 1851 encontrava-se em estado de ruína, período em que a secretaria do Governo Civil de Leiria autorizou a Junta da Paróquia a alienar o que restava da Capela do Espírito Santo em Alfeizerão para patrocinar as obras de reparo devidas.
A arquitectura da Igreja é de planta longitudinal, de nave única. O seu exterior denuncia influência estilística do rococó, mais concretamente na empena curvilínea, na traça da moldura dos vãos e na torre sineira da fachada principal. O seu interior, muito alterado ao longo dos tempos, é dominado por linhas direitas e actualmente encontra-se despojada da talha dourada que já possuiu.
O seu interior sofreu profundas alterações ao longo dos séculos. É dominado por linhas retas e, em nossos dias encontra-se despojado da talha dourada que possuiu no passado. Nele destaca-se uma imagem quinhentista do padroeiro.
Pelourinho
O Pelourinho de Alfeizerão e um monumento de estilo manuelino, que data do século XVI.
Depois de, na época das lutas liberais, ter sido destruído, pois era considerado símbolo de opressão e tirania, foi, há poucos anos, reconstruído e colocado junto à Igreja Matriz. Assemelha-se ao pelourinho de Turquel nas dimensões, forma e elementos decorativos.
Sobre uma base circular de três degraus, ergue-se o fuste dividido em duas peças com estrias espiraladas fiadas de quadrifólios entre as caneluras. O remate que é constituido por um tronco-piramidal de base quadrada, ornamentada com flores-de-lis e duas torres numa das faces, e uma figura humana com manto noutra face, assenta sobre um capitel envolvido por folhas de acanto.
Na base do remate, ornamentada com flores-de-lis, estas representam o elemento constitutivo do brasão da Ordem de Cister. Nas faces do remate, as duas torres ou castelos, representam a Torre do Castelo de Alfeizerão e a Torre de D. Framondo, do Castelo de Famalicão, pois a planta de ambos é semelhante.
Capela de Santo Amaro
Foi erguida no séc. XV ou XVI, no término da estrada medieval que ligava a vila da Pederneira a Alfeizerão.
É um templo rural, com galilé exterior aberta à frente, apoiando-se o alpendre sobre quatro colunas simples. No seu interior, além da imagem do Santo, há a referir duas pequenas pias de água benta, engastadas na parede lateral direita e uma grande pia baptismal de pedra. A imagem do Santo, que se encontra no interior da capela, é de pequenas proporções e de pedra policromada. Ostenta uma barba comprida.
Capela de Santa Quitéria
Datada do séc. XVIII. As obras de restauro, foram feitas há alguns anos e descaracterizaram-na totalmente.
Casa "O Relego"
Na Rua do Relego existem umas ruínas de uma casa do séc. XVI conhecida como "O Relego". Nela encontra-se uma janela famosa pela sua antiguidade. Supõe-se que pertenceu a uma casa onde guardavam o trigo, vinho e outros géneros cobrados pelo Mosteiro de Alcobaça.
Trabalho elaborado por: Beatriz Duarte Silva, nº 6, 7º F, Grupo 3.
Fotos: Dias dos Reis
3 comentários:
Onde ficava a capela do espírito santo em alfeizerao que alienou a igreja depois do terramoto??
Capela do Espirito Santo em Alcobaça: http://www.igogo.pt/capela-do-espirito-santo-28/
LC
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