Na Pederneira, no Largo Bastião Fernandes, junto à Igreja Matriz, encontram-se os antigos Paços do Concelho. É um bom exemplo de edifício de arquitectura civil, de grande fachada rectilínea, decorada com elementos seiscentistas. Encimando a porta principal, um frontão, com as armas nacionais, dá vida à longa fachada.
Ao centro, uma alta torre sineira, rematada por um coruchéu octogonal, construída já no século XVIII. Funcionou como edifício dos Paços de Concelho da Pederneira até 1855, data em que o que é hoje a vila da Nazaré voltou a estar anexada ao concelho de Alcobaça. Desde então, teve diversas utilizações: foi açougue, cadeia, tribunal e escola da instrução primária. Está classificado como Imóvel de Valor Concelhio desde 12 de Setembro de 1978.
Em 2005, o edifício recebeu obras de requalificação, tendo a intervenção sido concebida de modo a criar um espaço polivalente com capacidade para acolher actividades culturais e recreativas. No piso inferior, existe uma sala destinada a exposições temporárias, um bar e um Espaço Internet; o piso superior é ocupado por uma ampla sala polivalente.
Pelourinho (Tronco fóssil)
Fronteiro aos antigos Paços do Concelho, ergue-se um interessante monolítico de sílex, correspondente a um fragmento de tronco fossilizado, assente numa base octogonal, vulgarmente conhecido por Pederneira. Foi aqui colocado em 1886 em substituição do desaparecido pelourinho manuelino.
É um exemplar respeitável da flora tropical fini-jurássica, com uma idade de quase 150 milhões de anos, sendo por isso um dos monumentos naturais classificados mais antigos de Portugal. Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933, pelo seu valor cultural e histórico.
Igreja Paroquial de N. Sra. das Areias (Igreja Matriz)
A Igreja Matriz da antiga vila da Pederneira, dedicada a Nª Sra das Areias, está situada junto ao Largo Bastião Fernandes, e é um vasto templo construído no final do século XVI, de uma só nave coberta por uma abóbada caleada.
Na capela-mor, com altar de talha dourada do século XVII, admiram-se duas telas seiscentistas, de carácter regional, alusivas à iconografia antoniana.
Na nave, do lado da Epístola, a grande bancada da Irmandade, ornada de talha dourada setecentista, é digna de nota. As paredes da nave e da capela-mor são revestidas por um silhar de azulejos tipo “padrão”, verdes, azuis e amarelos, do século XVII, rematados por azulejos tipo “tapete”.
Na capela-mor, sobre duas portas, quadros cerâmicos embutidos com a cruz dos Bulhões, ostentam a seguinte inscrição: “Os devotos de Santo António mandaram edificar esta capela. Anno de 1637.”
Igreja da Misericórdia
No Largo da Misericórdia, na Pederneira, situa-se este templo de finais do século XVII, de feição maneirista, classificado como Imóvel de Interesse Público.
Da primitiva Capela da Misericórdia, criada cerca de 1560, para albergar a Irmandade da Misericórdia da Pederneira cuja principal função era administrar o Hospital da Pederneira, quase nada resta.
O actual templo é caracterizado pela ampla fachada do barroco clássico tardio. O interior é de uma só nave, sem capela-mor, coberta por uma falsa abóbada de madeira, em arco abatido. Preserva do lado da Epístola a tribuna da Irmandade, constituída por cinco colunas jónicas, de fuste canelado que, em grupos de três, sustentam o entablamento clássico de mármore. Do mesmo lado, à entrada, vê-se uma lápide, datada de 1716, com as obrigações dos mesários da Instituição.
As paredes ostentam algumas pinturas em tela, dos séculos XVII e XVIII, destacando-se o “Milagre das Rosas”, que documenta pela indumentária e estilo, a pintura regional de meados do século XVII. Sobre a porta de entrada existe um painel de azulejos policromos figurando N.ª Sra. da Misericórdia, enquadrada em barra tipo padrão, azul e amarela, de composição seiscentista, firmada pelas iniciais F.M.C., relativas, de certo, a Frei Miguel Contreiras. O púlpito merece destaque pelo belo dossel em talha dourada.
O altar-mor está demarcado do corpo da igreja por dois degraus e por uma balaustrada de madeira. Os altares laterais, em talha dourada, ladeados de colunas estriadas, contêm as imagens do Senhor da Cana Verde, do lado direito, e de Nossa Senhora das Dores, do lado esquerdo.
Nesta igreja guarda-se, no altar-mor de talha dourada barroca, uma bela imagem do Senhor dos Passos, de grande devoção popular, o qual é celebrado, em procissão, três semanas após o Carnaval. Por baixo deste, um altar de caixa envidraçado, conserva uma imagem de Cristo morto.
Miradouro da Pederneira
Localizado junto à Igreja da Misericórdia, possibilita um panorama sem igual, já que domina, quer a mancha verde do Pinhal de Leiria, quer o casario da Nazaré, o Sítio e a linha de costa.
O pôr-do-sol neste miradouro é absolutamente deslumbrante.
O pôr-do-sol neste miradouro é absolutamente deslumbrante.
Ermida de N. Sra. dos Anjos
Na E.N. 8-5, quase já à saida da Pederneira, encontra-se a Ermida de N. Sra. dos Anjos, um singelo templo de feição quinhentista, obliterado por obras em séculos posteriores que lhe deixaram marcas visíveis. Do seu antigo carácter arquitectónico resta-lhe apenas a entrada em alpendre. É ladeada por um pequeno oratório.Trabalho elaborado por: Adriana Ferreira nº 1, 7º F, Grupo 4.
O interior é de uma só nave, parcialmente coberta de azulejos do século XVII. Lateralmente, duas edículas de alvenaria caiadas com colunas caneladas e estriadas, jónicas, do século XVI. Nesses altares colaterais admiram-se duas tábuas de pintura quinhentista, bastante retocadas, representando o “Anjo S. Gabriel” e a “Virgem da Anunciação”, pertencentes, com certeza, a um antigo retábulo.
Situado na estrada que liga a Nazaré à Pederneira, um pouco mais abaixo da Ermida de N. Sra. dos Anjos e do lado direito, encontra-se este fontanário público, que data de meados do século XVIII.
É uma fonte de espaldar com três bicas e tanques ao nível do solo, de panos rectilíneos, animados por volutas no topo superior.
A mãe de água encontra-se na parte posterior coberta por terra e vegetação.
Fonte: http://www.cm-nazare.pt/
Fotos: Dias dos Reis
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