domingo, 7 de março de 2010

O Dormitório - Mosteiro de Alcobaça


Em seguida, abre-se uma porta para acesso à escada do Dormitório. Esta escada foi somente descoberta em 1930, quando se fizeram as obras de renovação. No piso superior, com decoração manuelina, situa-se o amplo Dormitório dos Monges, coberto por uma abóbada de ogivas quadrangulares apoiadas em grossos pilares octogonais.

O Dormitório, que se localiza no primeiro andar, tem o comprimento de 66,5 m e a largura de 21,5m até 17,5m sobre o lado oriental total da parte medieval da abadia, tendo deste modo uma área de perto de 1300 m². Na forma actual e restaurada, o Dormitório apresenta-se na sua forma medieval original.

Na parte superior do lado sul, o Dormitório é aberto por uma grande porta ogival que dá acesso ao transepto a norte da igreja. Antigamente, e nesse local, existia uma escada que descia, cumprindo uma regra cisterciense que obrigava a que o dormitório possuisse duas entradas de acesso.

Na parte superior do lado norte do Dormitório encontravam-se as latrinas, que se encontravam obrigatoriamente separadas por uma sala à parte, uma regra estipulada de igual modo pelas regras cistercienses. As águas eram escoadas para o jardim do lado norte da abadia.

Os monges dormiam no Dormitório todos juntos e totalmente vestidos, sendo separados apenas por uma separação móvel. O abade possuia uma cela própria na parte sul da igreja. Naquele tempo, era esta a disposição existente na maior parte dos mosteiros.

A meio do lado ocidental, há uma porta estreita que dava acesso a uma escada em caracol, que hoje dá acesso à cozinha e, na Idade Média, permitia a entrada no Calefactório. Por este lado, havia também acesso ao claustro superior.

O Dormitório foi sendo alterado ao longo dos séculos. No início do século XVI, adquiriu um segundo chão, inserido mais ou menos ao nível do capitel dos pilares, continuando a existir um pé direito suficiente. Supostamente, era neste lugar que os noviços dormiam.

Por baixo, na metade a norte, foram construídas salas, que eram utilizadas como biblioteca, até à construção da nova Biblioteca em 1755, e arquivo.

No lado sul foram construídas celas, uma vez que, com o alargamento do novo Mosteiro à volta dos claustros, que se encontravam a oriente, este tipo de alojamento substituía as velhas salas de dormir. No lado oriental, através dos alargamentos, o dormitório adquiriu um terraço de acesso directo.

Em 1716, foi construída uma fachada nova ao Dormitório, direccionada a norte. Esta fachada foi coroada com uma estátua do fundador da abadia, D. Afonso Henriques. No ano de 1940, e no âmbito da restauração, foi eliminado o segundo chão inserido anteriormente.

O Dormitório, tal como hoje é visível, é hoje uma sala de três naves de enormes dimensões, utilizado fundamentalmente para eventos culturais como, por exemplo, exposições.


Fonte: Wikipédia

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