quinta-feira, 27 de maio de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Olheiros e Chãos de Aljubarrota - Monumentos a visitar


Saindo de Aljubarrota a caminho da Benedita, sugerimos ainda a passagem por dois lugares que não devem deixar de se visitar, quer pela sua ligação aos Coutos de Alcobaça, quer por neles se encontrarem monumentos antigos e muito ligados à cultura e história desta última vila a visitar. São eles Olheiros e Chãos de Aljubarrota, que nos ficam a caminho da estrada IC2. 

Olheiros

Olheiros é uma aldeia portuguesa, situada na freguesia de São Vicente de Aljubarrota, no concelho de Alcobaça, onde é realizada anualmente a festa de São João Baptista.

Encontra-se na estrada nacional 8, entre os lugares de Aljubarrota e Cumeira de Baixo, de onde parte uma estrada que liga esta aldeia ao Mogo, ao Val Vazão e aos Casais de Santa Teresa.


Capela de S. João Baptista

Entre Aljubarrota e Olheiros, encontra-se a capela renascentista de S. João Baptista, que segundo inscrição na parte superior do portal, indica ter sido construída em 1606. Foi reconstruída em 1838.


Capela de S. João Batista, esteve, durante muitos anos, a necessitar de obras de restauro, que só poderiam ser efectuadas com a intervenção e supervisão do Ippar, por se tratar de um monumento de interesse nacional.

É uma linda capela e uma das mais antigas conhecidas em Portugal, que agora está finalmente restaurada, com grande esforço da população, da junta de freguesia de S. Vicente e de outros organismos estatais.


Conserva cúpula italianizante, que coroa o cruzeiro e que é exteriormente rematada por um cilindro recoberto de pedraria.  É um monumento algo estranho, pois a traseira possui pesados contrafortes, que não se ajustam à singela zona frontal.

A Ermida de S. João Baptista, possui uma imagem de vulto, deste santo, que tem na mão um livro com um cordeiro.


Cruzeiro



Fonte


Chãos de Aljubarrota

A aldeia de Chãos, pertence ao concelho de Alcobaça e à freguesia de São Vicente de Aljubarrota.

É nesta aldeia que encontramos outra Ermida muito antiga, que é dedicada ao culto de Nossa Senhora das Areias.


Ermida de Nossa Senhora das Areias


Em Chãos de Aljubarrota,  existe a pequena Ermida de Nossa Senhora das Areias que ainda conserva o alpendre renascentista com colunas.

No interior encontra-se uma imagem de vulto da Senhora das Areias, num nicho com retábulo e lateralmente tem um pequeno sino que chama os fiéis para a missa.

A imagem de Nossa Senhora das Areias que se encontra na ermida é muito antiga e a Ermida foi outrora um local de muita romagem particularmente para doentes de febre e maleitas.

Diz a tradição que Nossa Senhora apareceu neste local a uma pastora, daí a construção da Ermida que segundo Couseiro "era de muita romagem, particularmente para febres e maleitas"; segundo a mesma fonte, sabe-se que à data da construção da Ermida, esta não tinha sino. As ripas de cerâmica que servem de cobertura à nave e capela-mor são tingidas com "vieuxchêne".

Ao indagar a historia desta capela, junto de um velho habitante  dos Chãos de Aljubarrota, este contou-nos que noutros tempos, existia junto à imagem, uma taça com areia.


Terá alguma relação com o mar?  É que parece que tanto esta devoção a Senhora das Areias, como a da Senhora da Luz, um pouco mais baixo, com a sua linda igreja no meio de pinhais, poderão estar relacionadas com a Senhora da Nazaré. Verdade ou mentira, o que é certo, é que nas festas da Senhora da Luz (ou dos pinhões), a maioria dos devotos são peixeiras ou pescadores da Nazaré.

Esta Ermida possui planta longitudinal simples, de nave única e capela-mor, rectangular. Corpo da sacristia adoçado ao lado NO. da nave. Alpendre na fachada principal; massas dispostas na horizontal; telhado de 2 águas na nave e capela-mor, prolongando-se em aba corrida sobre a sacristia e de 3 águas no alpendre.

No exterior, a fachada SO. tem empena triangular, rematada por cruz em pedra; ao lado, sineira em arco alteado sobrepujada por pequeno pináculo; pórtico terminando em frontão triangular, a cuja altura se eleva o alpendre, definido por alhetas de cantaria, de 5 vãos delimitados por muros e 2 colunas assentes num parapeito interrompido para acesso ao templo.

A fachada SE. de pano único rasgada por uma porta e uma janela, ambas com moldura rectangular, terminando em frontão triangular. A fachada NE. é cega e de empena triangular. A fachada NO. é constituída pelo adoçamento da sacristia.

No interior, possui nave única com púlpito de base poligonal, o arco triunfal de volta perfeita dá acesso à capela-mor cuja cobertura em tecto constituído por longas ripas de cerâmica dispostas em 3 planos é igual à da nave. A iluminação é feita através de uma única janela na capela-mor.


Culto de Nossa Senhora das Areias

O culto de Nossa Senhora das Areias tem origem na seguinte lenda:

«Habitava por estes sítios uma mulher que quando ia buscar água a uma fonte, descansava sempre num mesmo local. Certo dia, estando a mulher em grande aflição por ter perdido a chave de casa, apareceu uma senhora que lhe indicou o sítio onde estaria a chave. A mulher dirigiu-se então a esse sítio e lá encontrou a chave dentro de uma taça de areia».

Dai, a construção da Ermida no local onde apareceu a senhora e daí o nome de Nossa Senhora das Areias. Ainda hoje se mantém debaixo do altar uma taça com areia.


Cruzeiro

    

Em frente à Ermida de Nossa Senhora das Areias, encontra-se um Cruzeiro, sobranceiro à vertente coberta de vegetação que desce para a Fonte Santa.

É um cruzeiro de arquitectura religiosa com utilização inicial devocional. Sobre plataforma de dois degraus quadrangulares adoçados a uma pedra assente numa base cúbica de faces côncavas, intercaladas por uma moldura saliente. Em cima uma cruz latina.

Fonte: Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque, "Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça", Alcobaça 1994 /
alcobaca.no.sapo.pt/freguesias/Monumentos

Fotos: Dias dos Reis

Trabalho elaborado por: André Mendes, nº 4, 7º F, Grupo 4.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ajubarrota - Monumentos e locais a visitar

Praça do Pelourinho

Ex-líbris de Aljubarrota, esta praça, verdadeira sala de visitas da vila, conjuga a harmonia da sua dimensão e o equílíbrio com a notoriedade dos monumentos que a preenchem, a saber:

O conjunto constituído pelo Pelourinho, Torre sineira isolada e casas das Juntas, constituem um dos mais belos exemplares arquitectónicos, no seu género, existentes no País.


Torre do Relógio


A Torre Sineira ou Torre do Relógio, data da época de D. Sebastião, que no Mosteiro de Alcobaça passou largo tempo da sua juventude. A Torre, símbolo do poder civil. está separada da Casa da Câmara (hoje sede das Juntas de Freguesia), constituindo um modelo arquitectónico muito belo e raro.


Pelourinho

Constituído por uma coluna lisa assente em três degraus circulares com capitel lavrado de onde sobressaem a esfera armilar e as armas de Portugal.

O Pelourinho, símbolo da justiça, tem frute cilíndrico monolítico, encimado por uma esfera e um escudo, coberto com um chapéu abacial cardinalício, talvez aludindo ao Cardeal Rei D. Henrique, que foi abade comanditário em Alcobaça. Possui ainda, um pináculo e coroa de forma graciosa, o velho símbolo do município de Aljubarrota.


Igreja da Misericordia


No topo nascente da mesma praça, fica a Igreja da Misericórdia, que é o que resta de um conjunto que incluía o Hospital do Espírito Santo.

Esta Igreja tem arquitectura simples, com empena triangular encimada por uma cruz e ladeada por dois pináculos.

A Irmandade da Misericórdia foi instituída no reinado de D. Manuel I, em 1516, e esta Igreja era a sua sede.


Casa do Celeiro


Do lado sul localiza-se a Casa do Celeiro, local onde eram pagos os dízimos e rendas devidas pelos arrendatários das terras dos termos da vila ao Mosteiro de Alcobaça, donatário da vila.

O edifício da Casa do Celeiro, de grande solidez e grossíssimas paredes, é bem o exemplar de uma arquitectura rústica de idade secular.


Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres


O primeiro templo a existir naquele local terá sido construído no século XIII, de que subsiste actualmente o magnífico portal românico.

Constitui o mais antigo monumento de Aljubarrota e o de maior relevo histórico. Nesta igreja ouviu missa e rezou o Condestável, D. Nuno Álvares Pereira no dia 14 de Agosto de 1385, antes de se dirigir para a frente de batalha, nos campos de S. Jorge.

A Igreja engloba vários estilos, fruto das sucessivas reconstruções ao longo do tempo. Trata-se de uma igreja paroquial rural com portal românico, ladeado por uma torre sineira e robusta.

No interior, deparamo-nos com um coro alto de balaustrada de madeira, assente em quatro grossas colunas dóricas de pedra calcária, e à esquerda situa-se o baptistério com uma volumosa pia baptismal, monolítica, em forma de taça heptagona.


Ainda na zona de entrada, destaca-se as pias de água benta, igualmente monolíticas, com um grande receptáculo assente em peanhas altas.

O templo é de nave única, coberta com três panos de madeira, sendo a capela-mor abobadada. Na parede do lado direito, a partir da entrada, ganha corpo uma belíssima capela renascentista e na mesma parede continua a apresentar um púlpito de pedra, rectangular, ornada com motivos geométricos e assente em mísula curvilínea, logo seguido de um grande nicho, que acolhe o Anjo Gabriel.

A parede termina rasgada pelo grande arco gótico que abre para a Capela medieval dos fundadores, Martim Palença e esposa, cujos sarcófagos estão ali patentes.

Em frente, na parede contrária, um outro altar lateral, votivo a Santo António, é emoldurado por pedra finamente lavrada, também ao gosto renascentista.

Na capela-mor em abóbada com nervuras rematadas por florão, encontram-se molduras em tratamento barroco, nas portas e janelas. De estilo maneirista, esta capela foi alterada e apresenta um conjunto de altar e retábulo de mármore rosa e branco de grande imponência. Ladeando o arco cruzeiro de grande altura, estão dois altares colaterais barrocos.

A festa em honra de Nossa Senhora dos Prazeres realiza-se no 1º Domingo de Agosto, que é o dia dedicado a esta santa e dura 4 dias.

 
Casa dos Capitães 


Situada junto ao Largo de Nª Sª dos Prazeres, é um belo edifício do século XVIII, com belíssimas janelas aventadas, cuja reconstrução constante de uma lápide, é de 1779.

É constituída por dois corpos, sendo uma antiga residência dos capitães de milícias e outro formado por antigos cómodos e cavalariças, pois era obrigação do capitão dar guarida e protecção aos viajantes e forasteiros.


A Casa dos Carvalhos


Situada na Rua Direita fica a Casa dos Carvalhos, edifício do séc. XVIII, de acordo com a data de 1778 que encima uma das portas.

Nesta casa nasceu o Arquitecto Eugénio dos Santos, um dos maiores vultos mundiais da arquitectura e o mais ilustre cidadão de Aljubarrota. Foi o braço direito do Marquês de Pombal na reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755.

De sua autoria foi o projecto da Baixa Lisboeta e o desenho do Terreiro de Paço e do Arco da Rua Augusta. Para as gentes do Norte é motivo de orgulho, no Porto, o Palácio da Relação, também de sua autoria.

Foi Eugénio dos Santos (Eugénio dos Santos e Carvalho de seu nome completo), o responsável pela reconstrução de Lisboa até à sua morte, na qualidade de Director da Casa do Risco das Obras Públicas.


Janelas Manuelinas

Rua Direita da vila é ladeada por inúmeros exemplos de arquitectura civil e popular, diversos solares setecentistas de sabor rural que possuem varandins e janelas de vários estilos, entre outras características dignas de conservação.

Aljubarrota poderia assim caracterizar-se, pelas suas janelas de grande variedade e estilo, (aventadas, século XVIII, de cantaria recta, de olho de boi, redondas ou ovaladas, de avental quadrangular, de empena superior abaulada e suas variantes).


Mas de entre todas avulta, nesta rua, uma janela nobre em estilo Manuelino, denotando no desgaste do seu floreado calcário, a sua antiguidade.

É o único exemplar do concelho de estilo manuelino, aplicado a edifícios particulares. É uma janela nobre de verga recortada e encimado por três cogulos. As ombreiras, a base e a verga são profundamente decorados com baixos-relevos estilizados de figurino já renascentista.

Fazia parte de um antigo solar quinhentista, a Casa de Carreiras, de que restam dois corpos de varandins alpendrados, com suas bases de colunas clássicas.

 
Igreja de São Vicente


Situada no Largo de São Vicente, no extremo nascente da Rua Direita, junto da estrada nacional que liga Alcobaça a Leiria, encontra-se este templo paroquial fundado em 1549, no local onde outrora existiu uma ermida do século XII.

A construção desta igreja foi exigência da população, que pretendia a criação de uma segunda freguesia em Aljubarrota, com uma igreja própria no séc. XVI. No entanto, o interior bem como o exterior foram profundamente remodelados nos inícios do séc. XX e ainda na reconstrução de 1972. Para além dos retábulos e da capela mor, este templo apresenta estatuária de valor, em que avulta um grande escultório do século XVI,  figurando Santa Ana, a Virgem e o Menino.

É particularmente interessante a sua torre sineira do século XVI, encimada por um invulgar coruchéu em forma de "tiara" ou de três coroas sobrepostas, características do distintivo papal.


No exterior destaca-se ainda, o empedrado envolvente á igreja, o pequeno cruzeiro de pedra lavrada e os dois túmulos oitocentistas.

Para além destes, ainda se encontram naquele largo peças de altar e outras peças que faziam parte da traça primitiva da igreja como pequenos fustes de colunas e duas aras de altar monolíticas e decoradas em alto-relevo, agora colocadas no exterior, junto da entrada.

O portal perdeu o significado com a última intervenção, sendo encimado por um pequeno óculo e pela empena que fecha com cruz de pedra, enquanto nas paredes laterais, ganham realce um significativo conjunto de gárgulas medievais.


De nave única, com tecto de madeira disposto em três panos. A igreja é iluminada por janelas laterais e pelo óculo já referido. A capela-mor, de pavimento lajeado, apresenta abóbada de berço coberta a estuque. O altar-mor tem um retábulo, pintado com três painéis e colunas de pedra em estilo salomónico.

Lateralmente encontram-se dois altares seiscentistas de pedra, dedicados a Santo António e Nossa Senhora do Rosário, com pintura no frontal superior. 


Cruzeiro

À entrada de Aljubarrota, junto à estrada nacional, que liga Alcobaça a Leiria, encontramos um Cruzeiro que ostenta no alto, próximo da cruz, um símbolo da morte.

Era neste Cruzeiro que se penduravam os enforcados, vindos dos antigos caminhos do sal, que passavam perto de Porto de Mós e que ali .eram supliciados.


De arquitectura religiosa que inicialmente servia ao culto. Sobre plataforma de 3 degraus quadrangulares escalonados assenta a base quadrangular chanfrada nos ângulos inferiores.

Coluna de fuste monolítico, cilíndrico, liso, possuindo na zona inferior dois anéis salientes e apresentando um orifício de lado a lado quase no topo do capitel decorado com velutas. Remate formado por um maciço com relevo de uma caveira sobre duas tíbias, encimado por uma cruz trevada.


Fonte: http://www.jf-aljubarrota.pt/ / Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque, " Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça", Alcobaça, 1994 / alcobaca.no.sapo.pt/freguesias/Monumento

Fotos: Dias dos Reis

Trabalho elaborado por: Fabiana Crisóstomo Costa, nº 14, 7º F, Grupo 2.

Aljubarrota - sua História

                               

Aljubarrota está situada numa eminência não muito alta, dominando os férteis campos de Alcobaça. Terra repleta de riquezas agrícolas, com abundância de vinho, azeite, legumes e árvores de fruto de toda a variedade.

Actualmente ainda não se sabe exactamente quando surgiu o povoação de Aljubarrota. Um povoamento da região remonta ao Período Neolítico (Carvalhal de Aljubarrota, por exemplo, possui uma estação neolítica).

Mas quanto à origem no nome existem algumas referências a ter em conta:



Num relatório paroquial da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, pode ler-se: "Aljubarrota, que no arabigo quer dizer campina aberta, há uma vila antiquissima, ... e sem embargo que não há certeza da sua fundação; poucos annos, há se descobrio junto della numa pedra, da qual já não há notícia, por onde constava ser a sua fundação, dos tempos dos romanos..."

Sabe-se que próximo de Aljubarrota, existiu uma grande cidade romana a que chamavam "Arruncia".


No Dicionário Corographico de Portugal Continental e Insular pode ler-se: "Defronte da villa a 200 metros de distância veem-se alguns vestigios da antiquissima Igreja de Santa Marinha (ainda veem no adro sepulturas de eras remotíssimas, com dizeres e instrumentos agrícolas esculpidos). Teem-se aqui achado moedas romanas de prata."

No entanto o nome Aljubarrota terá muito provávelmente origens árabes. Aquele povo, durante a sua longa ocupação, terá denominado a povoação aqui existente de "Aljobbe" (que significa poço, cisterna ou cova funda), que mais tarde derivou para Aljubarota.

D. Afonso Henriques nas doações de 1153 e 1183, nomeia-a nos escritos de doação, de Aljamarota, segundo Viterbo.

Aljubarrota é uma vila antiquíssima, que tem o seu nome está ligado à célebre batalha que deu a vitória ao rei D. João I, em 14 de Agosto de 1385, contra o invasor castelhano. Tornou-se um dos mais fortes símbolos de independência, coesão e orgulho nacional.




A situação de Aljubarrota, numa linha de alturas que se prolongava até aos campos de S. Jorge, tornou priveligiada a sua geografia para ser escolhida como palco da famosa batalha, tendo na rectaguarda as terras férteis do Mosteiro de Alcobaça e situando-se na encruzilhada de estradas que iam dar a Lisboa.

A povoação conserva a traça antiga de natureza histórico-mediaval, com prédios que, não ultrapassando o primeiro andar, caracterizados pelo uso de cantaria, colunas, janelas de geometria vária, de cor branca nas paredes e volumetria que não ultrapassa o primeiro andar.

Aljubarrota foi e sede de concelho até ao início do século XIX, aquando da reorganização administrativa de 1855. O seu território divide-se actualmente em duas freguesias: S. Vicente e Nª Sª dos Prazeres, cujo edifício sede, na Praça do Pelourinho, constitui um dos mais belos conjuntos do País, no genero.

Teve Carta de Foral antigo outorgado pelo Abade de Alcobaça D. Martinho I, renovado pelo rei D. Manuel I em 1514. Foi uma das treze vilas que constituíram os Coutos da Abadia Cisterciense de Alcobaça.



Em 1833, com a extinção da Ordem de Cister, Aljubarrota perde importância administrativa em relação a Alcobaça, acabando por perder o estatuto de sede de concelho em 1855, hoje faz parte do concelho de Alcobaça.
 
A vila é rica em motivos arquitectónicos, memórias históricas e pedras ancestrais, que constituiem um museu vivo da história portuguesa.

Nos tempos actuais, Aljubarrota recuperou o estatuto de vila em 2 de Julho de 1993, e para além do seu peso histórico, é o centro de uma zona rica pela sua actividade económica, não só agricola (vinhos e fruta de grande qualidade), como também industrial, tendo relevo as prósperas unidades de porcelanas, cerâmicas de construção, bem como a extracção e laboração de pedras, de designação consagrada, tais como "Ataíja" e "Moleanos".

Nos últimos anos, Aljubarrota tem sido palco de uma feira medieval, realizada anualmente em Agosto, comemorando a Batalha de Aljubarrota.


Foi em Aljubarrota que, no século XVIII nasceu Eugénio dos Santos, o arquitecto português responsável pela reconstrução da Baixa Pombalina de Lisboa, após o terramoto de 1755.


Trabalho elaborado por: Carolina Ramalho,  nº9, 7ºF, Grupo 1

domingo, 23 de maio de 2010

Carvalhal de Aljubarrota - História e Monumentos


O Carvalhal de Aljubarrota é uma aldeia que pertence actualmente à freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres, mas que em tempos pré-históricos, período neolítico, foi uma importante povoação.

Ermida ou Capela de Santo Amaro


No Carvalhal existe uma antiga ermida de invocação a Santo Amaro, com uma imagem de vulto e também é de invocação a Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugual..

Esta capela ostenta a data de 1669, no entanto, pensa-se que será mais antiga, sendo mesmo uma das mais antigas do distrito de Leiria.

Infelizmente encontra-se hoje muito descaracterizada, devido a sucessivas obras de restauro que sofreu ao longo do tempo e que lhe modificaram a fisionomia inicial.

Tem um pequeno cruzeiro situado À sua frente e é digna de ser visitada.


Festa de Santo Amaro
 

Santo Amaro é o padroeiro do Carvalhal de Aljubarrota. A festa dura três dias e realiza-se no fim-se-semana mais próximo do dia de Santo Amaro, que é a 15 de Janeiro.

No Sábado há quermesse, serviço de restaurante e baila à noite.

O Domingo começa com o peditório pelas casas das gentes da povoação e recolha das fogaças. Pelo meio dia, realiza-se missa solene seguida de procissão onde vão andores de vários santos, estandartes e muito povo.

É costume colocaram-se colchas nas janelas e varandas e cobrir-se o pavimento com verdura e pétalas. Terminada a procissão há festa no arraial com vários jogos tradicionais, venda de oferendas em leilão e baile para a noite.

Segunda-feira, o arraial continua com música gravada havendo novamente baile pela noite. Durante os três dias há lançamento de foguetes e serviço de restaurante com os melhores petiscos e bebidas da região.


Festa de Nossa Senhora da Conceição

Esta festa realiza-se no primeiro fim-se-semana de Julho e dura três dias.

Começa no Sábado com a quermesse, o serviço de restaurante e o baile.

O Domingo inicia-se com o peditório feito porta a porta e a recolha de fogaças. Celebra-se uma missa pelas 14 horas, seguida de procissão com os andores de vários santos, as fogaças e as bandeiras.

A procissão percorre as ruas principais da aldeia, as quais são ornamentadas com arcos de verdura, flores de papel e iluminação eléctrica. Durante a procissão são lançados foguetes e o sino toca a repique.


Estação Arquológica do Carvalhal de Aljubarrota


No Carvalhal existe também uma importante estação arqueológica com muitas grutas pré-históricas.

É uma rica zona arqueológica, onde podem ser encontradas numerosas grutas, a maior parte já exploradas e estudadas, pelo arquiólogo Manuel Vieira Natividade.



Cruzeiro 

Localiza-se no adro da Igreja. É uma construção de arquitectura religiosa do séc. XIX, para utilização devocional. Sobre plataforma quadrangular, base com duas cartelas, que numa face possui uma data 13-1-1888. Noutra, as siglas A.M.E.. A Coluna de Fuste é um monolítico quadrangular, encimado por uma cruz do Ordem de Cristo, com ornatos em forma de concha na intersecção dos braços e de ondas incisas nas faces da cruz.



Fonte 



Trabalho elaborado por: Trabalho elaborado por:  Adriana Ferreira, nº 01, Catarina Martinho, n º11, Fabiana Costa, nº 14, Patrícia Serrazina, nº 20, Sara Serrazina, nº 23, 7º,F, Grupo 2

Ataíja de Cima - História e Monumentos


A aldeia de Ataíja de Cima, só mais tarde ficou na dependência dos Coutos de Alcobaça.

Junto desta pequena povoação existia uma lagoa, a Lagoa da Ruiva, que hoje infelizmente está extinta.


Nesta zona serrana, existiram outrora extensos olivais e os lagares de azeite estavam sempre perto de alguma lagoa porque a água era muito necessária para os diversos trabalhos do lagar. O mais importante e antigo lagar da região, foi o que os frades construíram junto á Lagoa da Ruiva.

Lagar dos Frades ou Casa do Monge Lagareiro


Foi na 2ª metade do séc. XVII que Frei Manuel de Mendonça promoveu a plantação de grandes olivais na zona serrana e foi quando provavelmente teve lugar a construção deste Lagar e Casa do Monge Lagareiro pelos monges alcobacenses.

Situado no lugar da Ataíja de Cima, o Lagar dos Frades, como é ainda hoje conhecido, é o mais importante e antigo lagar da região e está situado dentro de uma quinta murada, denominada de Quinta da Cerca, outrora afamada pelo primoroso cultivo da oliveira e que se encontra hoje em completo abanono.


Este Lagar ou Casa do Monge Lagareiro, ainda conserva na frontaria o belo Brasão de Cister. Lá residia o monge que estava encarregado pelo Mosteiro de vigiar e comandar o trabalho feito no lagar anexo, de onde saía azeite finíssimo. Ttinha instalações modelares para a época, com oito varas, quatro de cada lado, numerosas tulhas e grandes depósitos para o azeite.

Em 1833, com a extinção das ordens religiosas, os Monges de Cister abandonam o Mosteiro de Alcobaça e as várias dependências dos coutos, multiplicando-se os roubos e as pilhagens aos edifícios abandonados.


Do imóvel apenas resta hoje, a Casa do Monge Lagareiro em acentuado estado de ruína e a cerca, cujo portal foi, parcialmente, derrubado há pouco tempo.

A fachada posterior ainda mantém as "virgens" (esteios de pedra que guarnecem e amparam o "coice de vara"). Algumas galgas e um peso de vara abandonados no terreno, são os últimos testemunhos silenciosos do funcionamento desta unidade senhorial.



Apesar de actualmente se encontrar muito danificada, esta casa ainda nos transmite a sensação de poder e grandeza que ainda hoje emana.

A Lagoa Ruiva que fornecia a água para os trabalhos do lagar (escalda da massa de azeitona, etc.) foi entulhada e aloja o campo de futebol local.


Casa do Outeiro

Esta casa antiga é característica da arquitectura popular da região, com escada exterior, alpendre com colunatas e janelas de peito.


Ermida de Nossa Senhora da Graça


A Capela foi construida pelo povo. Conta-se que quando começaram a carregar as pedras para a sua construção, pedras essas retiradas dos olivais ali próximos, houve uma pedra enorme que, depois de colocada na construção já iniciada, voltava no dia seguinte a aparecer no sítio de onde tinha sido tirada.


Como ninguém conseguia explicar o sucedido, resolveram retirarar parte dessa pedra com a qual esculpiram a imagem da Senhora da Graça e com  o resto da pedra fizeram uma pia, que colocaram no olival. Essa pia enchia-se com água da chuva que as pessoas bebiam e que nem de verão se esgotava. Foi este facto que deu origem ao nome de Senhora da Graça. Ainda hoje a dita pia se encontra no olival.



Esta capela foi remodelada em 2003.


Festa da Senhora das Candeias ou Senhora da Graça

As festas da Senhora das Candeias ou Senhora da Graça são muito antigas e realizam-se no dia 2 de Fevereiro, ou no fim-de-semana mais próximo. Antigamente nesse dia, saía uma procissão da Capela da Ataíja de Cima, que se dirigia até à Serra dos Candeieiros, subindo até a um sítio donde se dominavam os extensos olivais.

Aí o sacerdote fazia a bênção dos olivais para que a flor fosse fecunda e a colheita abundante. Na volta, paravam ao pé da Lagoa da Ruiva fazendo a bênção das águas para que nunca faltassem. Era também tradição que nesse dia se fizessem fritos em azeite, e quem não tivesse o que fritar, fritava folhas de oliveira.

Durante esta festa realizam-se muitos jogos tradicionais tais como, a paulada ao frango, a quebra da bilha, o jogo da pesca e o tiro ao alvo. Durante o arraial actua uma banda de música.

As celebrações religiosas incluem também uma missa com comunhão.

Fonte: Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque, "Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça", Alcobaça, 1994.

Trabalho elaborado por: Laura Santos, n º 17, 7 º F, Grupo 3 e Celina Machado, nº 12, 7º F, Grupo 5. 

sábado, 22 de maio de 2010

Ataíja de Baixo - História e Monumentos

Ataíja de Baixo, é uma pequena povoação situada sobre o limite norte dos antigos Coutos de Alcobaça, foi outrora uma terra em que aconteceram as agruras que são comuns às terras de fronteira. Disputadas por ambos os lados, ficam umas vezes sob o domínio de um deles, outras vezes sob o domínio do outro.

Houve várias contendas oposeram o Mosteiro de Alcobaça a D. Afonso IV, que se saldou, após oito anos, numa sentença de 1337, favorável ao rei.

Insatisfeitos com a solução, os Frades de Alcobaça conseguiram que D. Pedro I, logo a seguir, em 1358, reconhecesse limites mais alargados aos Coutos que, a norte, passaram a incluir a Ataíja de Baixo e a excluir a Ataíja de Cima.


Por mais trezentos anos continuaram as disputas sobre os limites dos Coutos de Alcobaça que o Mosteiro quase sempre ganhou.

Mais tarde começaria a plantação de oliveiras em toda a região da borda da serra que, um século depois, culminaria na plantação do Olival do Santíssimo e na construção do famoso Lagar dos Frades da Ataíja de Cima.


Ermida de S. Sebastião ou de Nossa Senhora dos Enfermos


Na Capela ou Ermida de S. Sebastião, que outrora tinha um alpendre com colunas, celebra-se anualmente, no dia de Pentecostes, uma tradicional romaria em honra de Nossa Senhora dos Enfermos. É uma das capelas mais antigas dos Coutos da Alcobaça.


Ainda há pucos anos vinha a esta romaria, em peregrinação, o Círio da Fonte Santa, de Évora e eram entoadas loas em honra da Senhora dos Enfermos.


Círio da Fonte Santa

O Círio da Fonte Santa ou o Círio das Talas e arredores, é muito antigo e Manuel Vieira Natividade faz referência a eleta festa e estes círios no seu livro "O Povo da Minha Terra", de 1917. Faz o mesmo autor uma descrição dos mesmos círios:

«Organizava-se uma extensa cavalgada. Abre o cortejo a gaita de foles, segue-se o juiz, montado em animal bem ajaizado, levando na mão a bandeira com a insígnia do santo. Ladeiam-no duas crianças vestidas d' anjos fantásticos, que, em todas as igrejas do trajecto, entoam "loas" adequadas; segue-se a cavalgada.

Chegado à capela do destino, dão três voltas em roda dela enquanto os foguetes estalam no alto e a gaita de foles faz vibrar os seus modilhos. Ao fim da terceira volta e diante da porta da igreja dizem-se as "loas" da chegada, como logo se dirão as de despedida.

Depois vão festejar, isto é, ouvir missa da romagem. Quase sempre a gaita de foles é a música da festa. E qua linda e doce que é essa música tradicional, muito especialmente os trechos do Sanctus e do Levantar a Deus.

Depois de vendidas as fogaças e feito o peditório retira-se na ordem em que chegou».

Por sua vez  José Diogo Ribeiro no seu livro "Turquel Folclórico", de 1928, diz do mesmo círio o seguinte: "...vai um pequeno círio da Lagoa das Talas, ou arredores, festejar a Senhora dos Enfermos na sua capela na Ataíja. O círio, que leva dois anjos e o indispensável gaiteiro, indo todos montados, ao chegar, faz três giros em volta da capela, o que é da praxe em muitas romarias, seguindo-se a missa, e depois o arraial com seus comes e bebes. Por fim circula novamente em torno da capela, e todos recolhem a penates, muito contentes da vida. Os anjos, à chegada, à retirada e me vários pontos do cortejo, deitam suas loas, compostas por ingénuos versos sertanejos."


Poço Mediaval


Localizado junto da Capela de Nossa Senhora dos Enfermos e da Associação Cultural e Recreativa de Ataija de Baixo, fica um poço medieval o qual está em optimo estado, fruto da recuperação levada a efeito em 1997 pelo Parque Natural da Serra D' Aires e Candeeiros, pela Junta de Freguesia de São Vicente e pela Camâra Municipal de Alcobaça.


Cruzeiro

Fonte: José Quitério, in  Ataíja de Cima, Os frades e a Ataíja de Cima - II./ Furtado Marques, Maria Zulmira Albuquerque; “Por terras dos antigos coutos de Alcobaça”; Alcobaça, 1994 / www.jf-aljubarrota.pt/SaoVicente/localidades/images

Trabalho elaborado por: Iva Monteiro, nº   , 7º F, Grupo 3.